No Recife historicamente ocorrem mobilizações do movimento negro, mas este ano é a primeira vez que houve uma articulação mais concreta para uma Marcha da Consciência Negra. Neste sábado (20), a população negra juntamente a movimentos sociais e articulações políticas foram às ruas da capital pernambucana com dois objetivos em comum: a luta antirracismo e a luta contra o governo de Jair Bolsonaro.
A concentração da marcha foi na Praça do Carmo, zona central da cidade, e a caminhada seguiu até a Praça do Arsenal, no Recife Antigo. Entre as pautas, militantes ressaltam a má gestão do governo federal, entoando, em coro, o pedido de saída do presidente Bolsonaro. Cartazes e faixas pediam por segurança alimentar, emprego e pela preservação da vida da população negra.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A vereadora mais votada da cidade nas últimas eleições, Dani Portela (PSOL), em fala durante a marcha, convidou os manifestantes a repetirem o lema “Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo”.
Segundo Monica Oliveira, da Rede de Mulheres Negra e da Articulação Negra de Pernambuco (Anepe), a data é importante por unificar as lutas antirracista e anti-Bolsonaro, mas a união precisa seguir ser contínua.
“Tirar o Bolsonaro não acaba com o racismo no Brasil, mas é uma prioridade. Para derrotar o racismo e o patriarcado não basta tirar esse presidente e a nossa luta precisa ir além do 20 de novembro. É uma luta que precisa continuar”, afirmou.
Durante a marcha acompanhada pela Alma Preta Jornalismo, foram distribuídas máscaras de proteção contra o coronavírus e álcool em gel. A programação da data no Recife abarca ainda o “Festival da Cultura Negra”, com nomes da música como UANA, o Afoxé Oyá Alaxé, Okado do Canal e Sujstência. Outras capitais brasileiras também realizaram marchas neste 20 de novembro, como Salvador e São Paulo.
Leia também: Governo brasileiro desvia da pauta sobre racismo ambiental na COP26