Dados inéditos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo apontam que nas 18 unidades integrantes do programa Olho Vivo, a redução no número de pessoas mortas em supostos confrontos com a polícia no estado de São Paulo chegou a 83% nos últimos sete meses do ano passado, comparados ao mesmo período de 2020. Se contar todas as medidas implementadas no estado elas somam uma diminuição de 36% na letalidade policial.
“Em números absolutos, foram 110 mortes decorrentes de intervenção policial entre 1º de junho a 31 de junho de 2020 nesses batalhões. Já no ano passado foram 17 mortes em supostos confrontos. Em 2019, no mesmo período, a Corregedoria registrou 165 mortes – queda de 90%”, mostrou a reportagem.
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O batalhão da Rota, considerado um dos mais letais da corporação, também passou a usar câmeras em seus uniformes. Os dados apontam que entre esses policiais a redução foi de 89%.
Em relação aos números de letalidade no restante do estado, ainda de acordo com dados oficiais, os PMs mataram durante o serviço, no ano passado, um total de 423 pessoas em supostos confrontos. Isso significa uma redução de 36% em comparação ao total de 659 mortes registradas em 2020 – a menor taxa de letalidade da PM paulista desde 2013 (com 334 óbitos).
Atualmente, a PM paulista tem cerca de 3.000 câmeras em funcionamento nos 18 batalhões integrantes do programa Olho Vivo. O sistema atual utilizado pela corporação tem uma tecnologia inédita no mundo e grava todo o turno de serviço, sem a necessidade de acionar o botão de gravar.
A reportagem afirma que até o início de fevereiro serão mais de 2.500 adicionadas ao programa, o que ele eleva de 18 para 33 o número de batalhões no estado de São Paulo. Até agosto, serão mais 4.500 câmeras incorporadas. Com isso, até o fim deste ano, 10 mil equipamentos devem estar em uso.
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