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Artista retrata o cotidiano com subjetividade e resistência em single

2 de maio de 2018

Em “Auto Retrato”, Guilherme Papini aborda de modo delicado e intenso como podemos desmontar aspectos de nossas vidas para reconstruí-las e buscar novos horizontes para as nossas trajetórias

Texto / Amauri Eugênio Jr.
Imagens / Ingridis

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“Eu vou e prometo me cuidar / Abrirei as portas do meu lar”. Logo no início do single “Auto Retrato”, o artista Guilherme Papini mostra que não vem a passeio na sua trajetória artística, que já tem quase uma década de caminhada.

Em “Auto Retrato”, os fins de ciclos da vida são retratados com sutileza e delicadeza. Ainda assim, por mais que haja um quê de sofrimento, a força e a intensidade estão ali, esperando uma chance para ser mostradas, para encontrar as cores dentro do viver. E o objetivo? Pintar um autorretrato do amor próprio sem mãos de outras pessoas.

E de onde vem essa torrente de matizes emotivas de Papini, que há cerca de 10 anos vem construindo o seu nome na cena underground de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, e que agora está expandindo horizontes e mostrando que a música não tem fronteiras?

Se o rock e o rap foram partes importantes de sua formação musical, a ponto de serem refletidos no modo como ele compõe as letras de suas músicas, o seu som tem mais nuances. E “Auto Retrato” é um exemplo disso.

“‘Auto Retrato’ é uma canção de despedida, de uma vida de descaso até um objetivo e a vontade de crescer fora, que ilustra um pouco como às vezes a nostalgia mostra que nem tudo foi só dor. Desse jeito, vamos caminhando e mudando as perspectivas sobre nós mesmos e o mundo”, descreve Papini, ao falar sobre as circunstâncias em que a compôs.

“Eu tinha feito, em princípio, para tornar um fim de relacionamento menos doloroso. Mas acabei achando outras faces da música, como gosto de ouvir as interpretações das pessoas.” E aí: qual foi a sua interpretação sobre “Auto Retrato”?

 

Guilherme Papini (Imagem: Beatriz Uehara)

Na pele

Além da subjetividade da vida, Papini retrata em seu trabalho demais aspectos cotidianos, como religião. Por exemplo, a faixa “Exu” é sobre a entidade homônima, ao passo que “Sobreviver” diz respeito à violência cotidiana à qual a pessoa negra está submetida no dia a dia.

Ainda que defenda a realização de composições sobre sentimentos – “nossa sensibilidade muitas vezes é ignorada quando não falamos de dores ou outros assuntos” -, é impossível não questionar sobre o espaço que artistas negros têm na cena musical.

“Creio que espaço não é a questão, mas sim o acesso. É difícil para a maioria das pessoas pretas viabilizar sua arte para seu sustento. Na maioria das vezes, os artistas trabalham em várias atividades, desdobrando-se, até o seu ofício tornar-se seu sustento”, descreve, ao falar sobre melhorias nesse panorama. “Mesmo assim, vejo uma abertura maior graças ao esforço coletivo de pessoas pretas para quebrar a velha hegemonia das produções gigantescas.”

Confira a seguir o single “Auto Retrato”, que está disponível no Spotify, Deezer, Soundcloud e YouTube.

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