Na periferia abrir espaço a socos para conseguir alguns objetivos nem sempre é uma figura de linguagem. A série “Knockdown”, dirigida por Victor Henrique, de 26 anos, e com produção executiva do João Pedro, 21 anos, foi rodada com baixo orçamento e durante a pandemia da Covid-19, na zona Leste de São Paulo, e tem como ambientação o mundo do boxe e as periferias.
Os amigos se conheceram na FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação) e no primeiro ano do curso de Produção Audiovisual surgiu a ideia de fazer uma série dramática sobre um lutador de boxe chamado Guilherme. “Na série é mais fácil abordar tudo o que a gente quer e precisa falar sobre o Guilherme. A proposta são oito episódios de 30 a 40 minutos, na primeira temporada”, diz João Pedro.
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Na série, ele é o Antônio, pai do lutador de boxe. “Eu adorei a ideia da série. Fiquei feliz em fazer o papel de pai do protagonista. São iniciativas como essa que precisam acontecer. Precisamos de mais audiovisual com protagonismo afro”, avalia Candido, que também é diretor, autor e poeta. Na pandemia, ele escreveu e dirigiu o curta ”Germinar”.
“Knockdown” é uma série dramática sobre diversos tipos de batalhas. A luta no ringue é um complemento ou um reflexo da luta nas ruas e dentro das famílias. A atriz Bárbara Olusete interpreta Marta, irmã de Guilherme. “Brigas são normais entre irmãos, ainda mais porque um quer o bem do outro. Eu me identifiquei com a personagem, ela busca uma oportunidade de crescer por ela mesma para encontrar uma possibilidade de vitória para todos”, conta a atriz.
O episódio-piloto está na fase de pós-produção e foi gravado em várias locações da cidade, como Artur Alvim, na zona Leste, e avenida Paulista, região central da cidade. O elenco é formado por atores estreantes e veteranos, como Andrio Candido, que fez, entre outros longas-metragens, “Boleiros”, do diretor Ugo Giorgetti.
As filmagens aconteceram em janeiro, seguindo os protocolos de segurança contra a contaminação da Covid-19. Depois de finalizado o episódio-piloto, a dupla pretende encontrar uma parceria para financiar o restante do projeto. “Cada um da produtora deu seu máximo a todo o momento. Essa série não seria a mesma sem todos envolvidos. O projeto pode ter se iniciado comigo e com o Victor, mas sem o Edson [direção de fotografia], o Daniel [iluminação] e o Gabriel [roteiro] a série não seria 10% do que ela está se tornando”, conclui João Pedro.