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Campanha quer levar livros de autoras negras para as periferias do país

3 de setembro de 2020

O projeto Lendo Mulheres Negras nas Comunidades está na fase final, mas ainda não alcançou a meta; o objetivo é levar conhecimento para bibliotecas comunitárias das cinco regiões brasileiras

Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Espaço Cultural Nossa Biblioteca

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Faltando duas semanas para o fim da campanha de financiamento coletivo do projeto Lendo Mulheres Negras nas Comunidades. A iniciativa precisa alcançar pouco mais de 30% da meta de R$ 55 mil. O objetivo é equipar cinco bibliotecas comunitárias das cinco regiões do Brasil com 40 obras sobre mulheres negras. Os apoiadores recebem recompensas que vão desde um PDF, cursos e mentoria sobre o pensamento feminista negro.

O projeto é de autoria da escritora Winnie Bueno, mestra e doutoranda em Direito. Ela fez a curadoria das bibliotecas, das obras e das recompensas. “A perspectiva é de apoiar e fortalecer as bibliotecas comunitárias com livros que são bastante lidos, que trazem o pensamento de mulheres negras”, explica.

Dentre as obras selecionadas para a distribuição, estão livros de intelectuais como a própria Winnie, além de Angela Davis, Bell Hooks, Maya Angelou, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Ana Flávia Magalhães Pinto, Cidinha Silva, Vilma Piedade, Djamila Ribeiro, Ana Maria Gonçalves, Conceição Evaristo, entre outras.

As bibliotecas escolhidas são a Biblioteca Comunitária Ágatha Félix (RS), Biblioteca Assata Shakur (SP), Jovem de Expressão (DF), Ìrohin (BA) e Espaço Cultural Nossa Biblioteca (PA). “Pensei em algumas que tinham atuação especifica com as questões raciais e que mobilizassem o combate ao racismo nas suas práticas”, conta Winnie, pontuando ainda que as bibliotecas facilitam a circulação não só dos livros, como do conhecimento também.

Nesta semana, o projeto ganhou apoio de pessoas como a deputada federal Benedita da Silva (PT/RJ) e a atriz Taís Araújo, que compartilharam a campanha em suas redes sociais. “Esse apoio é super importante, mas também o das mais de 400 pessoas que apoiaram. São pessoas que nem conheço, mas que também acreditam ser possível construir uma perspectiva coletiva de distribuição livros, de pensar o acesso à leitura como direito e não como propriedade. É o compartilhamento de um projeto e de um propósito de pensar o conhecimento acessível para todo mundo”, considera a idealizadora da campanha.

Winnie também é a intelectual negra por trás de outro projeto, o Winieteca, que conecta pessoas por meio de livros. “Eu acredito que compartilhar conhecimento também é compartilhar afeto”, ressalta.

Para conhecer as obras, autoras, bibliotecas e apoiar o projeto Lendo Mulheres Negras nas Comunidades, acesse o site.

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