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Elisa Maia reflete sobre a solidão da mulher negra em clipe da música ‘Sol de Setembro’

30 de setembro de 2020

O projeto foi filmado em casa pela própria artista amazonense, que também assina a composição e produção musical do novo single

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Alonso Junior

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Dando sequência a uma série de lançamentos previstos para 2020, a cantora Elisa Maia apresenta a música “Sol de Setembro”, composta e produzida pela própria artista. A faixa reflete sobre a solidão da mulher negra, além de fazer uma referência ao período conhecido como “alto verão na Amazônia”, época de poucas chuvas e temperaturas em torno dos 38º.

De um lado, a letra é responsável por mostrar as desconcertantes constatações nada positivas contidas na composição. De outro, a melodia chega como um alento marcado aos tons de reggae. Esse é o clima ardido e que causa uma falsa sensação de leveza ao falar de temas que expõem tanta vulnerabilidade.

Frederico Paulus e Gabriel Pinto da Luz, respectivamente contra baixista e baterista da banda Johnny Jack Mesclado, incorporam um groove hipnótico e poderoso ao projeto que também traz camadas de teclados, backing vocals, modulação na tonalidade, reverbs e delays. Rafael Senegal, do consagrado Leões de Israel, soma ao time nos teclados.

Clássicos como “Survival”, de Bob Marley, e “I Don’t Want: The Gold Fire Sessions”, da americana Santigold, são algumas das inspirações da artista. “Acho importante ressaltar que essa canção é, acima de tudo, sobre passar por momentos de extrema dor em um contexto muitas vezes solar, onde não é possível parar, mesmo que tudo que se queira é não levantar da cama”, conta a cantora, e emenda: “E isso também fala muito sobre o que é ser uma mulher negra. Mas, ao mesmo tempo, ao viver e refletir sobre tudo isso, sentir que é possível se tornar cada vez mais agente da própria afetividade e encontrar toda água necessária para transbordar dentro de si mesma”, destaca.

O clipe traz cenas que misturam nuances do cotidiano de quarentena, altos e baixos, bastidores de uma live e um relacionamento poliamoroso virtual. Elisa foi responsável por toda a filmagem feita diretamente de sua casa e também assina a direção em parceria com Victor Kaleb.

O roteiro foi construído coletivamente pela cantora, Kaleb e Anália Nogueira, durante reuniões virtuais. O single ainda tem parceria na produção musical com Bruno Prestes e piano acústico por Ian Fonseca, da banda Supercolisor. Na finalização Rafaela Prestes (mixagem) e Fernando Sanches (masterização, no Estúdio El Rocha).

Raízes amazonenses

Nascida em Manaus, apital do Amazonas, Elisa Maia é toda feita de música. Filha de pais que cantavam na igreja, assim que pôde já reproduzia as canções com eles em números especiais aos domingos. Aos 8 anos iniciou seus aprendizados no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (CAUA), onde durante 10 anos estudou piano, flauta e violão. Também participou desde criança de corais, mais tarde sendo regente.

Aos 21 anos, iniciou sua trajetória artística, integrando a banda amazonense de reggae Johnny Jack Mesclado. Com o grupo, circulou por diversos Estados brasileiros e gravou dois álbuns, o “Que Jah Abençoe” e “Luz de Raíz”. Ainda compondo o projeto, Elisa cursou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, chegando a atuar na área, mas em 2010 passou a se dedicar somente à carreira musical e à integrar o grupo Coletivo Difusão, com quem até hoje desenvolve projetos na área da cultura. Entre eles, o Festival Até o Tucupi, que há 14 anos acontece ininterruptamente, e o Festival Somas – Parada Musical de Mulheres, que em 2018 e 2019 propôs um espaço de reflexão e difusão das artes, 100% protagonizado por mulheres na cidade de Manaus.

Desde 2017 a artista compõe e produz músicas novas com lançamento previsto ainda para 2020. Confira o clipe de “Sol de Setembro”:

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