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Filme sobre ausência paterna traça retrato da periferia de São Paulo

Documentário de Tatiana Lohmann fez acompanhamento sensível de mães e filhos criados sem o pai na Vila Flávia, em São Mateus, na Zona Leste da capital paulista

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Divulgação

minha fortaleza periferia

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25 de fevereiro de 2021

A história contada no documentário “Minha Fortaleza, os Filhos de Fulano” é centrada na construção da masculinidade cercada pelas dificuldades de uma vida inteira sem o pai na periferia. O filme estreia nesta quinta-feira (25) no Cine Petra Belas Artes, na cidade de São Paulo, e fica em cartaz até 4 de março.

É nessa realidade da periferia que a diretora Tatiana Lohmann cria com muita sensibilidade um olhar profundo na relação entre esses filhos e suas mães. Tatiana filma a periferia com respeito e verdade. Ela traça os históricos familiares no documentário num retalho de depoimentos e encontros. Filhos que são pais e amam suas mães abrem o coração sobre seus sentimentos e angústias, principalmente o medo de falhar como pai.

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A documentarista dirigiu, em 2003, o videoclipe “Respeito é para quem tem”, do rapper Sabotage, um clássico do rap nacional. No filme, Tatiana replica a máxima do mestre do Canão ao mostrar o cotidiano de luta dessas mães e de seus filhos, sem julgamentos, superficialidade ou preconceitos sobre a periferia. Os sentimentos das pessoas estão sempre em primeiro plano nas lentes da cineasta.

As mães da Vila Flávia são homenageadas em letras de rap, tatuagens com mensagens de amor e em murais de grafite. São a fortaleza e a esperança do bairro. Elas representam também a dura estatística do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que mostra um total de 12 milhões de mulheres que sozinhas são chefes de famílias, mais de 55% delas vivendo abaixo da linha da pobreza e na periferia.

Uma das histórias contadas no filme é a do rapper Negotinho Rima e sua mãe, a dona Vera, para quem ele escreveu a canção ‘Minha Fortaleza”. O documentário foi destaque no Festival do Rio, em 2019, e teve estreia mundial no festival American Black Film Festival, no ano passado.

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