O anúncio do filme “Vitória”, produzido pela Globoplay, gerou críticas nas redes sociais. O longa-metragem, que estreia em 15 de agosto nos cinemas, trata da história real de uma mulher negra que ajudou a desmontar um esquema de tráfico de drogas no Rio de Janeiro, será protagonizado por Fernanda Montenegro.
Nas redes sociais, usuários opinaram sobre a escolha da atriz evidenciar o embranquecimento de personagens verídicos. No X (antigo Twitter), a escalação de Fernanda Montenegro foi alvo de críticas.
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eu amo a fernanda montenegro, acho que ela é GIGANTE mas é necessário a gente comentar que a "dona vitória" era uma mulher negra, ela vivia em anonimato e seu rosto só foi revelado após a sua morte quando o filme já estava em andamento mas espero q se tenha uma menção na obra https://t.co/peIPij6Kwe pic.twitter.com/LYnwvrTp3P
— diário delulu (@lusurt0s) February 15, 2024
É indiscutível o talento de Fernanda Montenegro. Dito isto, com tanta atriz negra, tinha que ser ela a interpretar Vitória, a mulher negra que filmou e levou à prisão traficantes e policiais do RJ?
— Franco Adailton (@francoadailton) February 15, 2024
Acho Fernanda Montenegro grandiosa, porém porque não por uma atriz negra interpretando a história de uma pessoa negra? https://t.co/c28YUm5cU7
— narciso (@maddaxcarai) February 15, 2024
Gosto muito da Fernanda Montenegro e não tenho dúvidas que ela vai entregar muito neste papel, porém interpretar uma mulher preta é foda. Temos grandes atrizes negras prá isso. A começar pela sempre excelente Zezé Motta. https://t.co/Lp63JQCXNU
— João Paulo SB (@JPaulo645) February 15, 2024
Não é a primeira vez que a atriz é criticada por questões raciais. Em 2015, o site Huffington Post incluiu Fernanda Montenegro na lista de atores não-brancos indicados ao Oscar. Quando questionada, a atriz disse ser “neguinha, sim. Com muito gosto”, segundo o colunista Ancelmo Góis, do jornal O Globo.
A história por trás do filme
Inspirada no livro “Dona Vitória da Paz”, de Fernando Gusmão, o filme mostra a rotina de Joana Zeferino da Paz, uma aposentada que, da janela de seu apartamento, filmava a rotina de traficantes, usuários e policiais na Ladeira Tabajara, em Copacabana, no Rio de Janeiro. As imagens registradas por ela foram a base da investigação da polícia.
Após denúncias, Joana foi incluída no Programa de Proteção a Testemunha, viveu anonimamente por 17 anos. Sua identidade só foi revelada depois de sua morte, aos 97 anos, em fevereiro de 2023, em Salvador, Bahia.