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Série ‘Cadernos Negros’ celebra 45 anos de resistência na literatura afro-brasileira

Data foi marcada por evento de lançamento do novo volume, em São Paulo, com uma programação repleta de atividades artísticas
Lançamento do Cadernos Negros 1, na livraria Teixeira, centro de São Paulo, em 1978.

Foto: Acervo Quilombhoje

23 de abril de 2024

A série literária ‘Cadernos Negros’, que reúne obras de autores da literatura afro-brasileira contemporânea, alcançou a marca de 45 anos com o lançamento de seu 45º volume. O marco foi celebrado durante um evento de lançamento nos dias 20 e 21 de abril, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo. O encontro foi marcado por leituras de poemas e apresentações musicais e de dança.

Organizado pelo coletivo cultural Quilombhoje Literatura, o evento contou com uma programação diversificada, abrangendo diversas expressões artísticas. Um total de 41 autores, dos 56 presentes no livro, compartilharam suas obras e experiências.

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Imagem do evento de lançamento da 45ª edição do Cadernos Negros, em São Paulo. Foto: Malu Monteiro

Os Cadernos Negros representam mais do que uma simples coleção de textos, afirma a nota enviada à imprensa, são testemunhos do poder da literatura como forma de resistência contra o preconceito. Ao longo de suas décadas de existência, a publicação desempenhou um papel crucial na ampliação do debate sobre a identidade negra no Brasil, abrindo caminho para uma nova geração de escritores e leitores. Este ano, a série dedica-se à poesia negra.

“É possível ser um escritor ou escritora em um país racista, que sempre tentou nos colocar em lugares inferiorizados. Não reconhecer que escrevemos e publicamos é uma violência enorme”, ressaltou a escritora Esmeralda Ribeiro, uma das organizadoras da publicação desde 1982, em material de divulgação.

Criada em 1978 por escritores como Cuti e Hugo, a série surgiu em um momento crucial, quando a população negra buscava espaço e representatividade em diversas esferas da sociedade brasileira. O Quilombhoje, grupo responsável pela iniciativa, propunha o debate sobre o apagamento do negro e sua representação distorcida na literatura, enfrentando a exclusão e o racismo presentes no meio acadêmico e editorial.


A série “Cadernos Negros” continua sendo uma referência na produção literária afro-brasileira, e parte de sua história está disponível para leitura na biblioteca do Centro Cultural de São Paulo (CCSP), incluindo a primeira edição e uma seleção especial traduzida para o inglês.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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