Produzida pelo pesquisador e produtor musical José Silas Xavier, a biografia “Proezas de Pixinguinha” percorre a vida e as várias memórias da trajetória do compositor, arranjador, maestro e instrumentista brasileiro.
A obra também traz curiosidades e descobertas sobre o artista e outros nomes da música ligados a ele, como Jacob do Bandolim, Donga e Chiquinha Gonzaga, a fim de humanizar e valorizar figuras fundamentais na história da música popular brasileira, muitas delas esquecidas pelo grande público.
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Inicialmente, a pesquisa foi realizada, para o site de Pixinguinha, junto ao Instituto Moreira Salles (IMS), responsável pelo acervo do artista em parceria com o músico e pesquisador Pedro Aragão.
O autor conta que apesar da popularidade internacional Pixinguinha coleciona histórias curiosas e pouco conhecidas. Uma delas envolve a indefinição quanto a sua verdadeira data de nascimento, que não teria sido em 1898 e sim um ano antes, 1897, como mostra o livro.
“Quem foi esse homem, que importância teve esse artista na cultura brasileira para receber essa unanimidade de elogios, ele que, alguns anos antes, quase caíra no esquecimento?”, questiona Xavier.
O número de 300 composições registradas com o nome de Pixinguinha também não é preciso. “Diversas músicas do acervo trazem informações contraditórias, já que nem sempre os copistas escreviam corretamente o nome dos autores. Com isso, às vezes, fica difícil atribuir a autoria a Pixinguinha, especialmente quando a cópia, mesmo sendo um manuscrito de Pixinguinha, está sem nome”, diz Xavier em um trecho do livro.
Versatilidade marcante
Instrumentista e compositor, Pixinguinha se envolveu com os mais diversos gêneros musicais, tendo se destacado no choro com composições como “Carinhoso”, “Naquele Tempo”, “Um a Zero” e “Sofres Porque Queres”, passando também pela polca, maxixe, músicas juninas e marchinhas de carnaval, sendo arranjador de sucessos como “O orvalho vem caindo” e “Alá-Lá-Lô”.
Atuou como arranjador, regente e maestro de vários conjuntos musicais, de teatro, de cinema e grandes orquestras. Destacam-se os Oito Batutas, o Grupo da Guarda Velha e a Orquestra Diabos do Céu, criados por Pixinguinha nos anos 1930.
Tamanha versatilidade resultou na criação de uma linguagem instrumental marcadamente brasileira e rendeu ao artista uma das obras musicais mais originais do país até hoje.