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Boxeadora faz gesto contra violência no Congo durante as Olimpíadas

Não é a primeira vez que a atitude é adotada por atletas congoleses; país africano é palco de constantes combates entre milícias
No ataque mais recente ocorrido no Congo, mais de 270 pessoas perderam a vida.

Foto: Getty Images

2 de agosto de 2024

A boxeadora Marcelat Sakobi, da República Democrática do Congo, chamou a atenção do mundo com um gesto após ser derrotada nas Olimpíadas de Paris 2024. Com a mão na frente da boca e os dois dedos na cabeça, simbolizando uma arma, Sakobi denunciou a violência que assola seu país natal.

Classificada na categoria até 57 kg, Sakobi foi derrotada pela uzbeque Sitora Turdibekova por decisão dividida dos juízes. No entanto, o resultado da luta ficou em segundo plano devido ao protesto e pelo pedido de ajuda que a atleta fez ao seu país.

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A atitude de Sakobi não foi um ato isolado. Ela se inspirou no atacante Cédric Bakambu, também do Congo, que havia feito o mesmo gesto durante a Copa Africana de Nações deste ano. O objetivo é chamar a atenção para os conflitos armados que acontecem no africano.

A região leste da República Democrática do Congo é palco de um constante combate contra a milícia M23, liderada pela etnia tutsi. No ataque mais recente, mais de 270 pessoas perderam a vida. A região faz fronteira com o Ruanda, que é acusado de fornecer armas para o grupo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até o ano passado, 7 milhões de pessoas estavam desabrigadas, e mais 42 mil entraram nessa estatística em 2024. O gesto de Sakobi é um lembrete do sofrimento do povo congolês e um apelo por ajuda e paz.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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