O coletivo francês “Le Reverse de la Médaille” (O outro lado da medalha, em tradução livre) tem denunciado a limpeza social realizada pela prefeitura de Paris à organização dos Jogos Olímpicos. O grupo acusa as autoridades de remover milhares de pessoas em situação de rua da cidade, a fim de esconder a realidade da pobreza e da exclusão parisiense.
De acordo com o coletivo, a maior parte dos afetados pela limpeza social são imigrantes de países da África, como Sudão e Chade. As informações são de que eles foram retirados de ruas e pontes da região de Paris e levados, contra a sua vontade, para abrigos em cidades como Lyon e Marselha.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Os registros de retiradas de moradores começaram no ano passado e, de acordo com um relatório do Le Reverse, 12.545 pessoas foram retiradas entre maio de 2023 e abril de 2024, sendo 3.434 menores de idade.
Na semana passada, dias antes da passagem da tocha olímpica, o coletivo francês destacou que 470 pessoas foram retiradas do Canal de l`Ourcq. Além disso, em junho deste ano, um e-mail de um funcionário do governo foi divulgado, com a recomendação de “identificar pessoas em situação de rua nas proximidades de locais de competição olímpicos para removê-las”.
Na véspera da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, grupos ativistas organizados pelo Le Reverse de la Médaille se reuniram na Place de la Révolution, em Paris, para protestar contra a retirada de moradores da região.
Em entrevista coletiva, a ministra do Esporte da França, Amélie Oudéa-Castér, disse que “essas operações não têm nada a ver com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Essa limpeza social não existe”.
Texto com informações da agência AFP.