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Paris tenta ‘esconder’ moradores de rua durante os Jogos Olímpicos

Ativistas denunciam o caso desde o ano passado e afirmam que a limpeza social promovida pelas autoridades francesas afeta, principalmente, imigrantes do continente africano
Cartaz diz “limpeza social para os Jogos Olímpicos de Paris 2024”

Foto: Reprodução/Reuters

28 de julho de 2024

O coletivo francês “Le Reverse de la Médaille” (O outro lado da medalha, em tradução livre) tem denunciado a limpeza social realizada pela prefeitura de Paris à organização dos Jogos Olímpicos. O grupo acusa as autoridades de remover milhares de pessoas em situação de rua da cidade, a fim de esconder a realidade da pobreza e da exclusão parisiense.

De acordo com o coletivo, a maior parte dos afetados pela limpeza social são imigrantes de países da África, como Sudão e Chade. As informações são de que eles foram retirados de ruas e pontes da região de Paris e levados, contra a sua vontade, para abrigos em cidades como Lyon e Marselha.

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Os registros de retiradas de moradores começaram no ano passado e, de acordo com um relatório do Le Reverse, 12.545 pessoas foram retiradas entre maio de 2023 e abril de 2024, sendo 3.434 menores de idade. 

Na semana passada, dias antes da passagem da tocha olímpica, o coletivo francês destacou que 470 pessoas foram retiradas do Canal de l`Ourcq. Além disso, em junho deste ano, um e-mail de um funcionário do governo foi divulgado, com a recomendação de “identificar pessoas em situação de rua nas proximidades de locais de competição olímpicos para removê-las”.

Na véspera da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, grupos ativistas organizados pelo Le Reverse de la Médaille se reuniram na Place de la Révolution, em Paris, para protestar contra a retirada de moradores da região. 

Em entrevista coletiva, a ministra do Esporte da França, Amélie Oudéa-Castér, disse que “essas operações não têm nada a ver com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Essa limpeza social não existe”.

Texto com informações da agência AFP.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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