A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez blitz em estradas e rodovias do país, o que causou dificuldade para que eleitores pudessem votar. As ações, que contrariam decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram focadas na região Nordeste do país, principal reduto de eleitores do ex-presidente Lula.
Segundo informações do G1 e da Folha de S.Paulo, as ações da PRF foram responsáveis por parar cerca de 600 ônibus que transportavam eleitores, com aproximadamente metade das intervenções sendo feitas apenas na região Nordeste. As operações foram de encontro à proibição feita pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, que havia atendido ao pedido de parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT).
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Felippe Angeli, gerente de advocacy do Instituto Sou da Paz, considera a ação como “absurda, ilegal e perigosa”. “É um símbolo desse processo de aparelhamento do estado e da corrosão democrática. Isso não é mais polícia. Não sei o que é, mas polícia não é”, afirma.
Glauco Carvalho, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, também repudiou as medidas tomadas. “É o uso político de instituições de Estado. Vamos demorar para recompor o país”.
Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, pede que se denuncie as ações tomadas para impedir a circulação de pessoas no país. “Impedir ou dificultar a chegada de eleitores aos locais de votação é uma das formas mais vis de agressão à democracia”.
Alexendre de Moraes intimou Silvinei Vasques a interromper todas as operações. Em caso de descumprimento, haveria aplicação de multa de R$ 100 mil, somada a perda das funções e prisão por crime eleitoral.
Além disto, Silvinei Vasques havia feito uma postagem declarando voto em Jair Bolsonaro, mas excluiu minutos depois.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), em vídeo publicado em suas redes sociais, alegou que foi parado pela PRF quando estava a caminho de Ruy Barbosa (BA), sua cidade natal, para votar. O parlamentar afirmou que a operação estava montada nas proximidades de Feira de Santana (BA) e os agentes só paravam carros com adesivos ligados ao PT, enquanto veículos com adornos bolsonaristas passavam pelo bloqueio sem serem incomodados.
“Fui parado pela Polícia Rodoviária Federal e observei que todos os carros parados tinham adesivos com o 13, como tem o meu. A polícia parou, pediu os documentos e depois de algum tempo fomos liberados. Ao lado passavam os carros com adesivos de Bolsonaro e sequer eram incomodados”, relatou o senador baiano.
Durante a semana, houve uma mobilização por parte de movimentos sociais para a garantia do passe livre durante o domingo, para que o maior número de eleitores conseguisse ir às urnas. A medida tinha o objetivo de garantir o exercício da cidadania para as pessoas com menos recursos e também assegurava a participação de uma fatia do eleitorado mais próxima ao petista.
Confira a cobertura do 2º turno pela Alma Preta Jornalismo: