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Acusada de fake news, jornalista processa Bolsonaro por danos morais

25 de junho de 2020

Em ação judicial, repórter e doutora em Ciências da Informação pede indenização de 50 mil reais; em live, presidente afirmou que Bianca Santa teria publicado uma notícia que, na realidade, a profissional nunca escreveu

Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

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Após ser acusada de escrever notícias falsas, a jornalista Bianca Santana ingressou na Justiça com ação de indenização por danos morais contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). O valor requisitado é de R$ 50 mil. Doutora em Ciências da Informação, Bianca foi citada em uma transmissão ao vivo feita pelo presidente no dia 28 de maio, onde Bolsonaro diz que ela teria publicado uma notícia que, na realidade, a profissional nunca escreveu.

“Tem uma tal de Bianca Santana aqui, uma blogueira, né? ‘PT tem propaganda barrada pelo TSE, fake news’, dizendo que era mentira. Na verdade, é que foi proibido, né, pelo TSE, uma campanha do Haddad, dizendo que Bolsonaro votou contra lei brasileira de inclusão de pessoas com deficiência. A minha esposa tem um trabalho nesse sentido. Qual o objetivo? Na teoria é uma coisa, na prática é outra. Fake news.”, falou o presidente.

Em entrevista recente ao Alma Preta, Bianca classificou como grave a acusação de Bolsonaro e disse nunca ter passado por situação semelhante. “Isso foi um dia depois do julgamento de não federalização do caso de Marielle e um dia antes disso, eu havia escrito sobre as relações da família dele com a milícia acusada de assassinar Marielle. Tenho escrito sobre isso com frequência”, comentou a jornalista.

Além de colunista de várias revistas e doutora em Ciências da Informação, Bianca Santana é integrante da Uneafro Brasil e colaborou com a articulação da Coalizão Negra Por Direitos. Agora, a jornalista se dedica à estruturação do Instituto de Referência Negra Peregum.

Ataques à imprensa

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) informou que Bolsonaro proferiu 179 ataques à imprensa somente no ano de 2020. Vinte e oito ocorrências de agressões diretas a jornalistas, duas ocorrências direcionadas à Fenaj e 149 tentativas de descredibilização da imprensa.

Já ao longo do ano de 2019, a imprensa brasileira sofreu quase 11 mil ataques diários pelas redes sociais, o que representa, em média, sete agressões por minuto. Segundo o Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão, divulgado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, em março de 2020.

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