O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) divulgou na última semana que aproximadamente sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade na Terra Yanomami. A informação foi revelada pelo secretário Nacional de Direitos Territoriais Indígenas do MPI, Marcos Vesolosquzki Kaingang, durante uma coletiva de balanço da Operação Catrimani, coordenada pelo Exército.
Segundo dados oficiais, o número de invasores diminuiu em 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.
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O governo federal agora está se preparando para uma nova fase destinada à retirada dos garimpeiros, com a implantação da Casa de Governo em Roraima, região onde se encontra a maior parte da Terra Yanomami e foco da crise humanitária. As informações são do veículo G1.
“Hoje a gente tem uma estimativa de seis a sete mil garimpeiros ou menos que isso, mas são garimpeiros que continuam fazendo o trabalho deles que é colocar em risco a vida dos Yanomami”, afirmou Marcos Vesolosquzki Kaingang ao veículo. “Esse é um dos primeiros passos na proteção territorial, a presença do estado brasileiro é crucial e nisso vai ter operação que o [Nilson] Tubino [diretor da Casa de Governo] vai coordenar muito bem”, acrescentou.
Desde o início do ano, o governo vem anunciando novas medidas para intensificar a fiscalização e a proteção das populações indígenas na Terra Yanomami. A principal delas foi a Operação Catrimani, um esforço conjunto do MPI com o Ministério da Defesa para facilitar a distribuição de cestas básicas e medicamentos às aldeias.
Cerca de 200 comunidades foram atendidas desde o início do ano, com 11,8 mil cestas básicas distribuídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, sob coordenação da FUNAI. Com isso, os pontos de entrega de alimentos dentro do território aumentaram, beneficiando especialmente áreas críticas, como Auaris e Surucucu.
O próximo foco de ação será a desintrusão do restante dos garimpeiros que ainda permanecem no território Yanomami. “O objetivo a partir de agora é a gente se debruçar em um planejamento estratégico para a retirada dos garimpeiros, mas também da retomada do território pelo Povo Yanomami”, destacou Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo.