PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

“Mortes de negros e índios aumentam e governo quer o caos ”, diz Maria Zezé, do MTST

21 de junho de 2020

Ato pacífico levou quatro mil pessoas até a frente do Congresso nacional para protestar contra o racismo no Brasil

Texto: Matheus Alves I Edição: Juca Guimarães I Imagem: Matheus Alves

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Cerca de quatro mil pessoas de diversos lugares do país participaram do ato “Vidas Negras Importam e Todos pela Democracia”, em Brasília, para demonstrar sua indignação com o governo Bolsonaro, na manhã deste domingo (21).

Este é o segundo de uma série de atos na capital federal para protestar contra o genocídio da população negra e indígena, alvos de uma agenda racista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A primeira manifestação ocorreu no dia 7 de junho.

“Os negros e negras vieram aqui para defender os seus direitos. Outros atos devem acontecer para tirar esse governo racista do poder. Os assassinatos de negros e índios estão só aumentando. Bolsonaro está apostando e querendo um caos social”, disse Maria Zezé, coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), enquanto caminha pela Esplanada.

Ao invés de lutar para controlar os casos de contágio por COVID-19 no Brasil, que ultrapassou as 50 mil mortes no último sábado (20), o estado têm enviado contingência militar para reprimir jovens negros nas periferias brasileiras.

As frases “Quem mandou matar Marielle?”, “80 tiros”, “Vidas Negras e Indígenas Importam” e “Todos contra o racismo e fascismo, Pela democracia” foram as principais aparições marcadas em cartazes, máscaras, blusas e grandes faixas que cortaram a larga via N1 da Esplanada dos Ministérios. O ato seguiu até a frente do Congresso nacional.

Brasilia 02

A algumas centenas de metros do protesto pela democracia, acontecia uma reunião de apoiadores do governo Bolsonaro, que xingavam e faziam gestos obscenos para quem defendia a democracia. “Comunistas” e “Vai para Cuba” eram alguns dos gritos recorrentes.

Em respostas, o protesto pela democracia gritava “Recua fascista, recua. É o poder popular que está na rua”.

A polícia militar do Distrito Federal descolou um grande contingente de soldados, inclusive com a cavalaria, para acompanhar o ato, que correu sem incidentes. Uma das palavras de ordem dizia: “Eu não consigo respirar. Polícia Militar, pare de nos matar”.

Brasilia 03

Sem carros de som e apenas com vozes, a manifestação seguiu pacífica, apesar das provocações dos bolsonaristas, que ocupavam uma outra via da Esplanada, sendo necessária intervenção da cavalaria da PM.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano