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Os avanços da nossa cobertura jornalística com a campanha de financiamento coletivo

A percepção da necessidade de expor as desigualdades existentes em nosso país e de cobrar as autoridades públicas por políticas reparadoras é importante, mas não é o suficiente. Precisamos de recursos para aprimorar o nosso trabalho e entregá-lo com qualidade

A jornalista Letícia Fialho, da Alma Preta Jornalismo, filmando com o celular ato anti Bolsonaro na Avenida Paulista

28 de julho de 2021

Em seis anos de existência pudemos mostrar a cada vez mais pessoas o nosso compromisso com a cobertura jornalística a partir de uma narrativa preta e periférica. Nos orgulhamos da história que construímos até aqui e de todos os leitores que conquistamos. Sem o apoio do nosso público, o avanço do nosso trabalho seria inviável.

Como uma equipe formada majoritariamente por comunicadores pretos e pretas, sabemos que por conta dos nossos tons de pele precisamos ser duas, três, quatro, cinco vezes melhor que outros comunicadores para que o nosso trabalho seja valorizado e reconhecido.

A percepção da necessidade de expor as desigualdades existentes em nosso país e de cobrar as autoridades públicas por políticas reparadoras, por exemplo, é importante, mas não é o suficiente. A luta não termina aqui. Precisamos de recursos para aprimorar o nosso trabalho e entregar uma cobertura jornalística de qualidade.

Temos uma campanha de financiamento coletivo no Catarse, onde mais de 800 pessoas já contribuíram com a quantia que cabia no bolso delas. Cada centavo é investido na melhora do nosso trabalho. Mas falar sobre “melhora” sem explicar no que, de fato, o dinheiro dos nossos eleitores é investido não seria justo.

Um dos nossos investimentos é na cobertura no território. Hoje temos repórteres e videomakers em São Paulo, Recife e Salvador. Com o dinheiro arrecadado na campanha temos a possibilidade de remunerar melhor os nossos colaboradores, que marcam presença em protestos anti-governo Bolsonaro, contra o racismo e contra a brutalidade policial ocorridos ao longo de 2020 e 2021.

Para nós de nada adianta produzir um conteúdo diferente da mídia tradicional se não pudermos chegar a todos. Pensando nisso  também investimos na acessiblidade do nosso site. Em março de 2021 a intérprete de Língua Brasileira de Sinais, Maya, entrou em ação para traduzir as matérias diárias publicadas por aqui. Além dela, uma ferramenta de leitura em áudio também está disponível na barra lateral a fim de promover a maior acessibilidade sobre assuntos que precisam chegar a cada vez mais pessoas.

Sem o apoio dos nossos leitores na campanha de financiamento coletivo também não teríamos condições de arcar com todos os custos de equipamentos para a produção das nossas reportagens, como câmeras, e a segurança online e offline dos profissionais que compõem a Alma Preta.

Em pleno ano da pandemia provocada pela Covid-19, quando o jornalismo foi considerado atividade essencial no país e no mundo, e os profissionais se desdobraram em busca da informação responsável e de qualidade para conter o avanço da doença, o Brasil registrou uma explosão de casos de violência contra os jornalistas. Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o ano de 2020 foi o mais violento desde o começo da década de 1990, quando a entidade sindical iniciou a série histórica. Foram 428 casos de ataques – incluindo dois assassinatos – o que representou um aumento de 105,77% em relação a 2019, ano em que também houve crescimento das violações à liberdade de imprensa no país.

Diante das estatísticas alarmantes, nós que cotidianamente nos dedicamos à entrega de um trabalho racializado e territorial não podemos abrir mão da nossa segurança, por isso investimos também em ferramentas e softwares para aumentar nossa proteção no ambiente virtual, além de medidas para resguardar nossos profissionais que vão às ruas.

Conheça nossa campanha de financiamento coletivo no Catarse e contribua com o nosso objetivo de fazer o nosso trabalho chegar a cada vez mais pessoas, com qualidade, a atenção e o olhar que a realidade do Brasil exige da imprensa.

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