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Conheça a história de Carlão do Peruche, o último cardeal do samba paulistano

Primeiro episódio do podcast conta como Carlão foi uma figura-chave para a mudança de formato do carnaval paulistano
Imagem mostra Seu Carlão do Peruche, um idoso negro com uma camisa social branca.

Foto: Camila Rodrigues da Silva/Alma Preta

8 de fevereiro de 2024

O primeiro episódio do podcast “Memórias de Batuque – a história viva e negra do samba paulistano”, produção da agência de notícias Alma Preta em parceria com o Brasil de Fato, apresenta a trajetória de Carlos Alberto Caetano, o seu Carlão do Peruche.

Considerado o último cardeal do samba paulistano – um grupo de cinco lideranças sambistas que na década de 1960 mediou a oficialização e o reconhecimento do samba e suas escolas junto ao poder público -, Carlão é um dos fundadores da Unidos do Peruche e pioneiro na criação das Escolas de Samba em São Paulo. Foi defensor da criação do sambódromo e depois se tornou o principal crítico do espaço, denunciando a mercantilização da festa. 

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O programa narra as origens de Carlão e vai entender quais os principais territórios que ajudam a formar sua identidade como sambista. Esse caminho começa em Pirapora do Bom Jesus, onde Carlão se encantava com o jongo.

“O jongo é o que chamamos de partido alto né, no interior a gente chama de caipira de jaci, no nordeste é repentista, no meio do samba é partido alto, você canta alguma coisa, você responde, a gente canta o refrão você responde e assim vai indo.”, diz Carlão, em entrevistada captada por Camila Rodrigues e Milena Ootuca em 2006, durante a produção do livro que inspira o podcast. 

“Ele tem uma história que é uma síntese dessa mobilidade territorial da população negra na cidade de São Paulo. A gente tenta trazer um pouquinho disso para o episódio focando, claro, no Carnaval”, conta Camila Rodrigues, apresentadora do Memórias de Batuque. 

Em seguida, o episódio detalha o envolvimento do Carlão com a criação da Unidos do Peruche, a articulação por mais investimentos no carnaval e os primeiros movimentos que fariam da festa algo mais parecido com que ela é hoje. Também descreve os momentos tensos no período da ditadura militar e o impacto da mercantilização da festa. 

“Carlão foi uma figura-chave nessa mudança de formato do Carnaval paulistano. Por isso que a gente escolheu ele como primeiro episódio. A figura do cardeal do samba foi fundamental pra construir o Carnaval organizado como é hoje no Anhembi, com verba pública e saindo da marginalidade”, conta Camila Rodrigues. 

Carlão, hoje, está com 93 anos e com problemas de saúde, o que dificultou sua participação no programa. Mas, mesmo assim, ele deixou uma pequena mensagem, ao final do episódio. 

“A história do seu Carlão nos ajuda a contar a história do samba paulistano. Não só dele, mas das outras pessoas que nós perfilamos também. É muito interessante perceber como a história do samba, como a gente foi construindo essa cultura aqui na cidade de São Paulo, tem a ver com a história de vida deles, tem a ver com o que eles criaram e trouxeram para esse samba.”, explica Camila Salmazio, jornalista e editora do podcast. 

O podcast 

O “Memórias de Batuque” estreou nesta quinta-feira (8) e está disponível nos principais tocadores de podcast. O projeto é um verdadeiro mergulho na história e um valioso trabalho de redescoberta e valorização das tradições populares. 

Nesta primeira temporada, serão lembradas histórias de pessoas fundamentais para o samba paulistano, como Carlão do Peruche, Maria Helena Embaixatriz, Seu Ideval e Seu Chiclé.

A iniciativa tem o objetivo de fortalecer a memória sobre o carnaval e revisitar episódios importantes para a construção da festa. O podcast é inspirado no trabalho de conclusão de curso de jornalismo de Camila Rodrigues, apresentadora do programa, e de Milena Ootuca, que integra a equipe de pesquisa. 

“É um registro histórico, jornalístico que fala do passado, mas também conta muito para a gente sobre o presente e, possivelmente, sobre o futuro da nossa cidade, da cultura, principalmente do samba paulistano”, finalizou Camila Salmazio.

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