A Polícia Civil do Rio Grande do Sul poderá indiciar Everton Henrique Goandete da Silva, o motoboy negro que foi atacado com uma faca por Sérgio Camargo Kupstaitis, um homem branco, após uma briga em Porto Alegre. A acusação de lesão corporal foi confirmada pela delegada que investiga o caso.
De acordo com a apuração de Jonas Campos, do G1, Everton e os policiais que atenderam a ocorrência ainda não foram ouvidos pela delegada Rosane de Oliveira, da 3ª Delegacia de Polícia da Capital. Segundo ela, o motoboy foi detido por estar “mais alterado”.
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O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, informou à reportagem que uma sindicância foi aberta pela Brigada Militar para ouvir testemunhas da confusão. Sete pessoas prestaram depoimentos e foram liberadas.
Com relação a acusação de racismo por parte dos agentes que atenderam a ocorrência, o secretário disse que, em caso de desvio por parte dos policiais, a corregedoria tomará as providências cabíveis. Os militares foram temporariamente afastados para investigação e conclusão de conduta.
A Defensoria Pública do estado informou que também vai apurar o caso e emitiu um ofício solicitando maiores informações sobre a abordagem.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, criticou a ação dos policiais. Em sua conta no X (antigo Twitter), ele definiu o caso do motoboy como racismo institucionalizado, presente nas corporações e, por consequência, em seus agentes.