PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Pesquisar
Close this search box.

Peeling de fenol não é indicado para pessoas negras; entenda os riscos

Após morte polêmica de empresário, especialistas explicam quais os perigos do procedimento e quem está habilitado em realizá-lo
Atualmente existem outros procedimentos mais seguros do que o peeling de fenol, como lasers, terapia fotobiodinâmica e peelings médios.

Foto: Reprodução/Beauty Fair

17 de junho de 2024

O empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos, morreu em São Paulo após ser submetido a um peeling de fenol. A repercussão da morte trouxe à tona o debate sobre quem está habilitado a executar o procedimento, ou seja, qual a formação acadêmica necessária e por quê o peeling de fenol não é indicado para peles negras. 

Segundo a dermatologista Ana Luiza Monteiro, da Ayô Saúde – clínica médica que atua no atendimento afrocentrado – o fenol tem sido utilizado como peeling profundo tanto isoladamente, quanto em associação com outros componentes. No entanto, é fundamental tomar cuidado, pois apenas médicos podem realizar o procedimento.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Ana Luíza enfatiza que a substância fenol produz a coagulação das proteínas da pele, que resulta em um  processo inflamatório, gerando, assim, uma renovação celular intensa.  

“Logo, devido a possibilidade de  toxicidade renal e cardíaca,  o peeling de fenol deve ser evitado em pacientes que apresentem algum grau de doença cardíaca, renal e hepática, histórico de herpes, exposição contínua aos raios UV, uso recente de isotretinoína, predisposição a queloides e em peles de fototipo IV a VI [mais escuras]”, destaca a dermatologista.

Em peles negras, devido ao processo inflamatório causado pelo fenol, alterações – como hiperpigmentação – podem acontecer, causando manchas.

“Além disso, pode ocorrer também outras complicações como: infecção bacteriana, edema e vermelhidão prolongados,  hipopigmentação – pela toxicidade do fenol ao melanócito –, e até mesmo surgimento de cicatrizes nas regiões dos lábios e pálpebras”, ressalta a dermatologista.

Segundo a médica, atualmente existem outros procedimentos mais seguros do que o peeling de fenol, como lasers, terapia fotobiodinâmica, peelings médios para promoção do rejuvenescimento cutâneo, melhora das manchas e rugas finas, com pouco efeito colateral e melhor tempo de recuperação “especialmente quando tratamos pele de fototipo mais altos, como a pele negra”.

O que o esteticista pode fazer?

A influencer Natalia Becker, responsável pelo procedimento realizado em Henrique Silva Chagas, não tem formação acadêmica em nenhuma área da saúde ou de estética. Segundo a polícia, ela assistiu somente a um curso livre na internet que ensinava a aplicar o produto.

A esteticista Zarah Flor Rizzo, especializada em peles negras, explica à Alma Preta que para garantir resultados seguros e eficazes é fundamental escolher um esteticista qualificado – e fugir daqueles que se dizem habilitados a aplicar o fenol. 

“Verifique se o profissional possui formação adequada e certificações reconhecidas na área de estética, prefira profissionais com experiência comprovada e que sejam especializados nos tratamentos que você deseja realizar”, sugere Zarah.

A profissional recomenda que as pessoas busquem recomendações de amigos, familiares ou leia avaliações online para conhecer a reputação do esteticista. De acordo com ela, um bom profissional sempre realiza uma avaliação inicial detalhada para entender as necessidades do cliente e indicar os melhores tratamentos.

“O esteticista é um profissional capacitado para realizar diversos procedimentos, desde os mais básicos, como limpeza de pele e depilação a laser, até os mais avançados, como peelings químicos e aplicação de equipamentos de alta tecnologia”, finaliza.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano