O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu nesta quarta-feira (22) perdão total e incondicional a dois policiais de Washington D.C. condenados pelo envolvimento na morte de Karon Hylton-Brown, um jovem negro de 20 anos, durante uma perseguição policial não autorizada em 2020. O episódio provocou protestos na capital estadunidense logo após o assassinato de George Floyd.
Entre os beneficiados está o oficial Terence Sutton, condenado no ano passado a mais de cinco anos de prisão por homicídio em segundo grau e obstrução de justiça. Sutton foi o primeiro policial de Washington a ser condenado por homicídio em serviço.
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O outro agente, o tenente Andrew Zabavsky, havia sido sentenciado a quatro anos de prisão por conspirar com Sutton para encobrir a perseguição que resultou na morte do jovem. Ambos aguardavam o desfecho de seus recursos em liberdade.
Trump é acusado de minimizar gravidades de crimes
A decisão de Trump ocorre em um contexto polêmico, pois foi anunciada apenas dois dias após o presidente conceder clemência a quase 1.600 pessoas envolvidas na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, inclusive de indivíduos acusados de agredir ou impedir policiais. A ação foi criticada por sugerir que o governo estaria minimizando a gravidade de crimes cometidos contra agentes da lei.
O caso de Hylton-Brown gerou indignação na época, especialmente entre ativistas e organizações de direitos civis, que denunciaram racismo sistêmico e uso excessivo de força por parte da polícia. O jovem morreu após ser perseguido em alta velocidade enquanto pilotava uma moto sem capacete, o que resultou em um acidente fatal.
Em declarações recentes, Trump havia mencionado a possibilidade de perdoar os policiais, na justificativa de que a decisão faz parte de sua promessa de “restaurar a confiança na aplicação da lei”.
Durante um evento na Casa Branca na terça-feira (21), ao ser questionado se os perdões poderiam enviar uma mensagem de tolerância à violência policial, Trump respondeu: “Estamos corrigindo erros e protegendo aqueles que servem à nossa nação com honra”, disse, conforme noticiado pelo The New York Times.