O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) acatou a denúncia contra quatro jogadoras de futebol argentinas do River Plate, detidas em campo após proferirem ofensas racistas durante jogo contra o Grêmio, em dezembro de 2024.
Milagros Diaz, Candela Diaz, Camila Duarte e Juana Cangaro são acusadas de injúria racial contra o gandula Kayque Rodrigues e a zagueira gremista Stephanie Cerqueira.
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A denúncia, apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), foi recebida pela juíza Manoela Assef da Silva, da 15ª Vara Criminal do TJSP.
O MPSP pede que cada uma das denunciadas seja condenada a pagar 30 salários mínimos para as vítimas por danos morais e 50 salários mínimos, cada uma, por danos morais coletivos. De acordo com o órgão, o acordo de não persecução penal foi negado devido a gravidade dos fatos.
A defesa das argentinas solicitou autorização para que retornassem à Argentina, mas o pedido foi negado na última terça-feira (28). Com isso, as atletas argentinas estão proibidas de deixar o país até o final do julgamento, previsto para iniciar em 7 de julho.
Relembre o caso
O crime ocorreu em dezembro de 2024 no estádio do Canindé, na capital paulista, em uma partida do campeonato Ladies Cup. A denúncia do MPSP indica que, após um gol de empate do Grêmio no primeiro tempo, as atletas argentinas teriam imitado um macaco ao se dirigir ao gandula Kayque Rodrigues, entre outros insultos racistas.
Candela Diaz também teria declarado que a vítima não passaria de um gandula por ser negro, além de ofender seu cabelo. Durante a confusão, Milagres Naiquen Diaz cuspiu no rosto do brasileiro.
Além do jogo ter sido encerrado antecipadamente, as agressoras foram expulsas e presas em flagrante. Depois de uma semana detidas, as quatro atletas receberam liberdade provisória.