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Guia de turismo é vítima de injúria racial ao filmar ato pró-Bolsonaro no Rio

Nadson Silva, de 36 anos, foi chamado de "preto" e "rastafari", de forma pejorativa, por manifestante durante gravação de vídeo na praia carioca
Bolsonaro durante a manifestação em defesa da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Jair Bolsonaro durante a manifestação em defesa da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

— Reprodução/Redes Sociais

17 de março de 2025

O guia de turismo Nadson Araújo Silva, de 36 anos, foi vítima de injúria racial durante um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, no último domingo (16). O caso foi registrado na 13ª Delegacia de Polícia.

O protesto, que reuniu manifestantes em defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, ocasionou um confronto verbal após Nadson gravar um vídeo mostrando o perfil dos participantes.

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Em entrevista à Alma Preta, Nadson relatou que saía de uma partida de futebol na praia quando decidiu registrar a manifestação. Durante a filmagem, ele comentou que o público do ato era majoritariamente composto por pessoas brancas e idosas. 

Enquanto filmava, o guia de turismo foi confrontado por Carlos Alexandre Mendes Amaral, um dos manifestantes. Carlos Alexandre o chama de “rastafari” e “preto” de forma pejorativa. Logo em seguida, Nadson é cercado e empurrado por outros participantes da manifestação, enquanto Carlos Alexandre o acusa de cometer racismo reverso.

O manifestante acusado de injúria racial durante ato pró-Bolsonaro, no dia 16 de março de 2025 no Rio de Janeiro. (Foto: Arquivo pessoal)

Registro de ocorrência

O caso foi registrado na 13ª Delegacia de Polícia (Copacabana) como injúria racial, prevista no artigo 140,  do Código Penal. De acordo com o boletim de ocorrência, Nadson estava na Avenida Atlântica por volta das 12h quando foi abordado por Carlos Alexandre. O policial militar Alex José Santana do Nascimento, que testemunhou o fato, conduziu as partes até a delegacia para formalizar a ocorrência.

Carlos Alexandre, que teve sua identidade confirmada, é professor e reside no bairro de Copacabana. Ele foi indiciado por injúria racial e poderá responder criminalmente pelo ato

O ato em Copacabana foi organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e tinha como objetivo pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, quando simpatizantes do ex-presidente invadiram e depredaram sedes dos Três Poderes em Brasília.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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