Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura de Salvador decidiu cancelar o evento ‘Festival Virada 2022’, festa pública que celebra o réveillon na orla da capital baiana e que anualmente conta com mais de 250 mil pessoas e grandes atrações musicais. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira (29), pelo prefeito Bruno Reis, que destacou uma preocupação com a circulação da nova variante da covid-19, a Ômicron, descoberta na África do Sul.
“Diante da chegada de uma nova variante do coronavírus e do aumento de casos na Europa, estou tomando a decisão de cancelar o Virada Salvador desse ano. Sei da importância do evento para economia da nossa cidade, mas seguimos colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”, disse o chefe do Executivo municipal em uma rede social.
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Em coletiva de imprensa, Bruno Reis ressaltou o avanço da vacinação na cidade, no entanto, considerou a incerteza do cenário pandêmico para decidir sobre o réveillon. Atualmente, Salvador possui 91% das pessoas acima de 12 anos vacinadas com a primeira dose. Em segunda dose, já são 81% das pessoas acima de 18 anos com a dose de reforço. A capital baiana também vem aplicando a terceira dose em todos acima de 18 anos, inclusive para pessoas de outras cidades. No entanto, em toda a Bahia, estima-se que quase três milhões de baianos estão com a dose de reforço atrasada, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).
“Sempre disse que íamos avaliar o que está acontecendo no Brasil e no mundo, como a pandemia está se comportando em lugares com índices diferentes de vacinação. No entanto, chegamos ao limite da decisão para o Réveillon e nós acreditamos que, diante de tudo o que estamos vendo, não é o momento de colocar em risco tudo o que construímos até aqui, sempre colocando a vida das pessoas em primeiro lugar. Fizemos um esforço grande para que Salvador chegasse aqui servindo de referência até mesmo para outras cidades, com uma série de medidas que foram copiadas Brasil afora, tanto de isolamento social, de flexibilização e de estratégia para avançar na vacinação”, salientou Bruno Reis.
Sobre o Carnaval, uma das festas mais aguardadas do calendário soteropolitano, Bruno Reis disse que ainda aguarda uma análise conjunta junto com o Governo da Bahia, levando em consideração o cenário pandêmico. Estima-se que o Carnaval movimenta cerca de R$ 1,8 bilhão em Salvador.
“A decisão será tomada com segurança e cautela e, assim que for possível ser tomada, diante de tudo o que está acontecendo, será divulgada”, destacou o prefeito.
No último dia 18 de novembro, o governador Rui Costa indicou que ainda não há possibilidade de confirmar o Carnaval para o próximo ano.
“Continuamos em torno de 2.500 casos positivos. Países estão fechando cidades quando aparecem cinco casos. Nós temos 2.500 casos ativos e a pergunta que tenho que responder neste momento é se teremos Carnaval, se vamos colocar 3 milhões de pessoas na rua. A gente precisa ter mais amor pelo próximo, atitudes mais solidárias. Há pessoas que, no anseio de realizar ou seu sonho festivo ou seu sonho empresarial, estão esquecendo o drama que a gente viveu por um ano e meio. Eu não colocarei a população em risco”, pontuou o governador durante uma agenda na cidade de Camaçari, na região Metropolitana de Salvador.
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