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Justiça da Bahia determina prisão de 11 denunciados pela morte de tio e sobrinho negros

Prisão preventiva foi determinada para três funcionários do mercado, cinco suspeitos de tráfico e outros e outros três envolvidos; Dois vão responder em liberdade

Texto: Redação | Foto: Divulgação

BRUNO-YAN-caso-atakarejo

15 de julho de 2021

A Justiça da Bahia determinou a prisão preventiva de 11 dos 13 denunciados na morte de tio e sobrinho que foram torturados e executados após um suposto furto de carne no supermercado Atakarejo, em Amaralina, bairro de Salvador. A decisão foi divulgada na quarta-feira (14), dois dias depois do Ministério Público da Bahia apresentar a denúncia dos envolvidos no crime.

Bruno e Yan Barros, de 29 e 19 anos, foram encontrados mortos dentro do porta malas de um carro no dia 26 de abril após serem acusados de roubar quatro pacotes de carne no supermercado. As investigações apontam que os funcionários do Atakarejo envolvidos no crime chegaram a cobrar R$ 700 para liberar as vítimas. Por não terem o dinheiro, eles foram entregues a supostos traficantes do bairro do Nordeste de Amaralina.

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Prisão preventiva

Na determinação, a juíza Gelzi Almeida Souza decretou a prisão preventiva dos denunciados: Agnaldo Santos de Assis, gerente-geral do supermercado; Cláudio Reis Novais, encarregado de prevenção de perdas do mercado; Cristiano Rebouças Simões, funcionário do mercado. Eles foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar a defesa das vítimas, constrangimento ilegal e extorsão.

Victor Juan Caetano Almeida, David de Oliveira Santos e Francisco Santos Menezes são apontados como os responsáveis por entregar as vítimas a traficantes e foram denunciados por crimes de homicídio qualificado e cárcere privado. Já Lucas dos Santos, João Paulo Souza Santos, Alex de Oliveira Santos, Janderson Luís Silva de Oliveira e Rafael Assis Amaro Nascimento foram identificados como responsáveis pela execução de tio e sobrinho e denunciados por homicídio qualificado.

Os outros dois denunciados, Michel da Silva Lins e Ellyjorge Santos Lima, acusados por ocultação de cadáver, vão responder em liberdade sob aplicação de medidas cautelares, que incluem: comparecimento mensal na Justiça; proibição de qualquer contato com familiares das vítimas e testemunhas do processo e a proibição de sair de Salvador sem autorização judicial.

Na decisão, a juíza Gelzi Almeida Souza aponta que as medidas são aplicáveis já que o crime de ocultação de cadáver tem pena inferior a quatro anos. Procurada pela Alma Preta, a assessoria do Atakarejo disse que não vai se manifestar sobre a determinação. Disse também que deseja “que todos os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível e que todos os responsáveis pelo fato lamentável ocorrido no Nordeste de Amaralina, sejam devidamente punidos”.

Entenda o caso

Os corpos de Bruno e Yan Barros, tio e sobrinho, foram encontrados com sinais de tortura e marcas de tiros dentro do porta-malas de um carro no dia 26 de abril, na localidade da Polêmica, em Salvador.

As investigações apontam que tio e sobrinho foram mortos após ter sido flagrado por seguranças roubando carne no estabelecimento. Os seguranças teriam pedido R$ 700 para liberar as vítimas em troca de não serem entregues a traficantes do Nordeste de Amaralina.

A apuração do caso durou dois meses e contou com uma operação policial, que foi concluída no dia 6 de julho. Ao todo, a Polícia Civil indiciou 23 pessoas, entre funcionários do mercado e suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, sendo que dez foram presos e outros 13 são considerados foragidos.

Dos 23 indiciados, o Ministério Público, por meio da promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo do Júri (NUJ), Ana Rita Cerqueira Nascimento, denunciou 13. Segundo a promotoria, as denúncias foram feitas com base em provas materiais, como imagens de câmera de segurança.

Leia também: Polícia matou sete pessoas negra a cada 12 horas em 2020 no Brasil

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