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África do Sul apresenta dossiê sobre genocídio perpetrado por Israel em Gaza

Documento foi entregue no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia
Pessoas vasculham os escombros em busca de desaparecidos no local de um ataque israelense, no norte da Faixa de Gaza.

Foto: AFP

30 de outubro de 2024

A África do Sul apresentou à Corte Internacional de Justiça (CIJ), a mais alta instância judicial das Nações Unidas, um documento de 4.750 páginas com evidências de que Israel está cometendo genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza, além de violar várias cláusulas da Convenção de Genocídio de 1948.

“O genocídio flagrante em Gaza está aí para todos os que não estão cegos pelo preconceito verem”, disse o porta-voz de Ramaphosa. Com mais de 750 páginas de evidências, o denominado memorial é um chamado à comunidade global da urgência de proteger o povo palestino, acrescentou.

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“As evidências mostrarão que subjacente aos atos genocidas de Israel está a intenção especial de cometer genocídio, o fracasso de Israel em prevenir o incitamento ao genocídio, em prevenir o genocídio em si e em punir aqueles que incitam e cometem atos de genocídio”, disse a presidência sul-africana.

A documentação que comprova o genocídio foi apresentada à Corte de Haia no mesmo dia em que o Knesset, o parlamento israelense, aprovou de maneira provocativa a proibição da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.

A agência, estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 1949, é o principal fornecedor de alimentos e assistência médica para a população de Gaza. Essa decisão ocorre logo após a Nakba, ou “Catástrofe”, como os palestinos se referem à expulsão de 800 mil deles durante a limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado de Israel.

Em março, a África do Sul já havia argumentado perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em um de seus pedidos de ordens provisórias contra Israel, que as tentativas de desmantelar a agência eram parte de ações deliberadas por parte do Estado israelense.

A presidência sul-africana alertou, em comunicado, que o povo de Gaza não pode esperar. “A ameaça de fome total agora se materializou. O tribunal precisa agir agora para parar a tragédia iminente, assegurando imediata e eficazmente que os direitos que descobriu estarem ameaçados pela Convenção do Genocídio sejam protegidos”, disse a nota.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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