O Conselho de Transição do Haiti, estabelecido após a renúncia do ex-primeiro-ministro Ariel Henry, escolheu Edgard Leblanc Fils como presidente durante uma cerimônia realizada nesta terça-feira (30) em Porto Príncipe. Leblanc assumirá o papel de coordenador do conselho presidencial, formado na semana passada com o propósito de restabelecer a ordem em meio à crescente violência das gangues no país caribenho.
“Senhoras e senhores, hoje, terça-feira, 30 de abril, temos um presidente bem conhecido que coordenará o conselho, conforme acordado entre as diferentes entidades políticas”, afirmou Frinel Joseph, um dos membros do órgão governamental, durante a cerimônia, conforme noticiado pela Agence France-Presse.
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Os nove membros do conselho de transição, composto por sete votantes e dois observadores, foram empossados na última quinta-feira (25) após intensas negociações.
Leblanc, ex-presidente do Senado, é membro do Coletivo de Partidos Políticos de 30 de janeiro, uma aliança que se opôs ao ex-primeiro-ministro demissionário Ariel Henry.
Onda de violência no Haiti
Desde o final de fevereiro, o Haiti tem enfrentado uma onda de violência, com gangues lançando ataques contra delegacias de polícia, prisões, órgãos públicos e o aeroporto de Porto Príncipe, em um confronto com Henry.
O dirigente, que assumiu a liderança não eleita do país após o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021, formalizou sua renúncia na semana passada, anunciada em março sob pressão da comunidade internacional.
O conselho de transição representa os principais partidos políticos do país, além do setor privado e da sociedade civil. O órgão liderará o país até que eleições transparentes e confiáveis sejam realizadas, e o poder seja transferido para um governo eleito até fevereiro de 2026, afirmou Leblanc em um discurso nesta terça-feira.
Próximos passos políticos
O próximo passo para as novas autoridades será a nomeação de um primeiro-ministro, juntamente com quem formarão um governo. A maioria dos membros do conselho de transição indicou Fritz Bélizaire, ex-ministro dos Esportes, para o cargo de primeiro-ministro, anunciou Frinel Joseph.
Leblanc ressaltou que o principal desafio do governo será enfrentar a insegurança causada pelas gangues, que controlam mais de 80% de Porto Príncipe e têm paralisado o país ao bloquear o porto da capital.
As novas autoridades aguardam a implantação de uma missão internacional supervisionada pela Organização das Nações Unidas (ONU), composta por policiais quenianos, para lidar com a situação. Até o momento, essa implementação ainda não ocorreu.