Um novo governo foi formado no Haiti nesta terça-feira (11), com a missão de restaurar a segurança e a estabilidade na nação caribenha devastada pela violência de gangues e pelo caos político. O decreto que nomeia os membros do novo gabinete foi publicado na gazeta oficial do Haiti, duas semanas após o conselho de governo transitório do país nomear Garry Conille como primeiro-ministro interino.
Conille, que foi premiê do Haiti por um breve período entre 2011 e 2012, e até recentemente era diretor regional da UNICEF, agora também atuará como ministro do Interior, de acordo com a lista publicada pelo governo. Dominique Dupuy, atual representante do Haiti na UNESCO, será responsável pelas relações exteriores.
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O Haiti, há anos sob grave turbulência, está encerrando a vigência de autoridades transitórias e busca abrir caminho para as primeiras eleições desde 2016. No entanto, seu poder parece limitado diante das gangues bem armadas e sem lei.
O ex-primeiro-ministro Ariel Henry, nomeado pouco antes do assassinato do presidente Jovenel Moise, em 2021, não conseguiu resolver os crescentes problemas da nação. Ele anunciou no início de março que renunciaria e transferiria o poder Executivo ao conselho transitório.
Domínio de gangues
A tarefa dos novos líderes do Haiti é enfrentar as crises que devastam o país. A violência de gangues tem sido generalizada há muito tempo, mas no final de fevereiro, grupos armados lançaram ataques coordenados a locais estratégicos na capital, Porto Príncipe, dizendo que queriam derrubar Henry — um político não eleito e impopular.
A violência afetou a segurança alimentar e o acesso à ajuda humanitária, com grande parte da cidade nas mãos de gangues acusadas de abusos, incluindo assassinatos, estupros, saques e sequestros. No ano passado, uma força de segurança apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), liderada pelo Quênia, foi prometida para apoiar a polícia haitiana, mas ainda não foi implantada.
O presidente do Quênia, William Ruto, afirmou que a implantação provavelmente começará dentro de algumas semanas. O Quênia enviará 1.000 oficiais para a missão, juntamente com profissionais de segurança de vários outros países.
O Haiti não tem presidente desde o assassinato de Moise, em 2021, e não possui um parlamento em funcionamento.