A escritora e pesquisadora Carla Akotirene, doutora em estudos feministas, vai ministrar o curso gratuito “Perspectivas de Estudos de Violência Contra a Mulher Negra” no Centro Maria Antonia da USP (Universidade São Paulo). As aulas são gratuitas e ocorrem de 31 de julho a 2 de agosto, de forma remota para um grupo de 150 pessoas.
O conteúdo irá contemplar a categoria raça e luta antirracista na reconstrução da história das relações etnicorraciais no Brasil. Akotirene apresentará a diferença entre branquitude e branquidade nas relações raciais no Brasil, bem como as rupturas conceituais no século 21. Ainda trará como conteúdo o estudo das principais reflexões teóricas em torno das questões de ” gênero” e “interseccionalidade” no campo dos Estudos de Violência Contra a Mulher e na sociedade brasileira.
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A intelectual destaca que a importância de abordar a temática no espaço acadêmico decorre de problemáticas como a falta de produção teórica que “instrumentaliza as políticas públicas no que diz respeito a avaliação, monitoramento e construção de ações que protejam as mulheres negras e de classe trabalhadora”.
“Desde o surgimento das primeiras delegacias especializadas no atendimento à mulher, na década de 1980, não foi possível frear a violência contra as mulheres negras (…) Acabamos nesse lugar de interface de raça e gênero. A polícia não escuta esse território [periferia], onde todos ali são criminalizados e como se as mulheres dali também não precisassem de proteção no que diz respeito às questões de gênero”, resume Carla Akotirene, questionada pela Alma Preta Jornalismo.
Carla Akotirene é doutora em Estudos Feministas pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e consultora em políticas públicas. Autora dos livros “O que é interseccionalidade?”, pela Coleção Feminismos Plurais, coordenada por Djamila Ribeiro, e “Ó Paí Prezada! Racismo e sexismo tomando bonde nas penitenciárias femininas de Salvador”, ambos publicados pela Editora Jandaíra. É também idealizadora da Opará Saberes, primeiro curso de extensão voltado à capacitação de candidaturas negras ao mestrado e doutorado em universidades públicas. Atualmente, Carla tem um trabalho direcionado a estudos sobre feminismo negro, racismo estrutural e equidade de gênero e interseccionalidades.