Evento conta com a participação de Dexter 8° Anjo. Hamilton Borges é articulador da campanha Reaja ou Será Morto/a.
Texto / Pedro Borges
Imagem / Divulgação
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O ativista Hamilton Borges, um dos representantes da campanha Reaja ou Será Morto/a, lança o livro de poesias “Teoria Geral do Fracasso” nesta quinta-feira, 6 de Julho, na Galeria Olido, Avenida São João 473. O evento, com início marcado para as 18h, conta com o apoio da União dos Coletivos Pan-Africanistas (UCPA) e com a presença do rapper Dexter 8° Anjo.
O livro de poesias é composto por dois momentos. O primeiro é destinado à casa, parte em que Hamilton traz suas referências familiares e a influência das mulheres de sua vida. O segundo é sobre a rua, onde retrata as pessoas que sofrem as consequências do racismo e enfrentam as faces do genocídio.
Hamilton diz que demorou 35 anos para escrever seu primeiro livro de poesias também por conta das barreiras do racismo, já que o mercado editorial no país é dominado por pessoas brancas.
Depois de superar essa barreira e publicar sua primeira obra, ele anuncia que novos livros devem divulgados em breve. “Segura a onda porque vem mais. Vamos abrir esse caminho e a gente vai publicar mais textos de irmãos presos, da rua, do corre. O meu próximo livro será sobre a guerra”, conta Hamilton.
O articulador da campanha Reaja ou Será Morto/a segue com atividades em São Paulo até o dia 12 de julho. No sábado, 8 de Julho, a agenda ocorre na Aparelha Luzia, a partir das 19h, com um debate sobre o genocídio negro. No dia 11 de Julho, o lançamento acontece no Sarau da Cooperifa, e em 12 de Julho, no Kilombo Kebrada.
Hamilton Borges
Hamilton Borges dos Santos (Walê) nasceu em 1967, na cidade de Salvador, e passou a infância e adolescência no Curuzu, na Liberdade, o bairro mais negro do país. Treina boxe, joga capoeira, é do Candomblé, foi ator de teatro, cinema, professor de projeto popular, articulador cultural, oficineiro, porteiro, vendedor de pastel, amendoim e pipoca.
Trabalhou no projeto Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo do Campo, militou por alguns anos no Movimento Negro Unificado (MNU) e fundou, nos anos 80, o grupo de intervenção poética “Os Maloqueiros”, responsáveis por recitar em becos, cadeias, quebradas e invadir eventos da elite branca baiana.
Fundou o Projeto Intramuros, na Penitenciaria Lemos de Brito, é articulador da Reaja ou Será Morto/a, que ergueu o movimento nacional de combate ao genocídio do povo negro, coordenou as Marchas Contra o Genocídio do Povo Negro, e coordena uma Escola Panafricanista em Salvador. É também membro da 4° internacional Garveista, Panafricanista, nacionalista preto, quilombista.