Integrantes do Movimento Sem Terra (MST), do Assentamento Fabio Henrique, na cidade de Prado, sul da Bahia, tiveram a segurança reforçada após o local ser invadido por 20 homens armados no último domingo (31). Famílias chegaram a ser feitas de reféns, tiveram as casas depredadas e ônibus incendiados.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) enviou policiais militares ao local para reforçar a segurança e para adoção de ações preventivas. A SSP-BA disse que também acompanha a investigação do caso aberta pela Polícia Civil. O secretário da SSP-BA, Ricardo Mandarino, pediu celeridade na apuração.
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“Não vamos tolerar esse tipo de ação na Bahia. Determinei prioridade no caso e chegaremos aos autores”, disse o secretário.
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O local vai receber a estreia do filme “Marighella”, no sábado (6), e a suspeita é que o crime tenha motivação política. No entanto, o caso ainda segue em apuração.
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Entenda o caso
No último domingo (31), famílias Sem Terra foram alvo de um atentado após 20 homens encapuzados invadirem o assentamento Fabio Henrique, localizado na cidade de Prado, no sul da Bahia.
Segundo o MST, o grupo armado fez trabalhadores de reféns e atiraram em casas e três carros que estavam estacionados no local. Trabalhadores também foram perseguidos e tiveram que se esconder em uma região de mata.
Sem citar nomes, o MST disse que alguns dos envolvidos no crime já foram identificados pelos trabalhadores e informou que o grupo é ligado a movimentos bolsonaristas e de promoção à fake news na cidade de Teixeira de Freitas, também na Bahia.
“Para a Direção Nacional do MST o atentado faz parte de uma ação coordenada, com apoio de grupos bolsonaristas a nível local e nacional, que financiam e recrutam milicianos, com objetivo específico de atacar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra”.
Em nota enviada a Alma Preta, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada na 8ª Coordenadoria de Policia Civil do Interior (Coorpin) de Teixeira de Freitas, que apura o ocorrido. Disse também que testemunhas já prestaram depoimentos e que outras pessoas serão ouvidas.
“Mais informações não estão sendo divulgadas no momento, para não interferir no andamento da investigação”, completa a nota.