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Bairros de maioria negra são os mais afetados por tiroteios em Salvador, diz estudo

Segundo a pesquisa, cerca de 34% dos bairros que registraram tiroteio no entorno de escolas em Salvador eram compostos majoritariamente por pessoas negras
O estudo registrou ocorrência de tiroteio em apenas um bairro composto majoritariamente por brancos.

Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP

26 de novembro de 2024

Entre os 124 bairros de Salvador que registraram tiroteios durante o período letivo, entre 2022 e 2024, 34% possui uma população negra acima da média do município. Os dados são da pesquisa divulgada pelo Instituto Fogo Cruzado e Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas na última segunda-feira (25).

O estudo explora a vulnerabilidade de regiões majoritariamente negras no contexto de violência armada na capital baiana. Das regiões analisadas, apenas 30 têm população negra abaixo da média soteropolitana (79,48%). 

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A Barra foi o único bairro de maioria branca com registro de tiroteio, em 11 de outubro de 2023. Em Vitória, Graça, Pituba e Patamares, bairros predominantemente brancos, não houve casos de violência armada próximo às escolas.

Em entrevista à Alma Preta, Dudu Ribeiro, diretor-executivo da Iniciativa Negra e integrante da Observatórios da Segurança na Bahia, explica que a pesquisa foi capaz de demonstrar uma gradação racial expressiva relacionada às ocorrências de violência por armas de fogo analisadas.

“Há uma prevalência de eventos de tiroteio em escolas localizadas em bairros com a porcentagem populacional negra maior do que a média de Salvador. Isso é uma demonstração que se conecta com outros estudos, em que, de fato, há um massacre racial incurso e ela se concentra em bairros com maior prevalência de população negra”, declara Ribeiro.

O diretor-executivo ressalta que essa concentração da violência compromete um “grande conjunto de direitos”, como a interrupção na educação de adolescentes e crianças negras pela violência armada e a imobilidade urbana.

“Essa é uma grande oportunidade para as Secretarias Estadual e Municipal de Educação se implicarem na solução dessas questões e colocarem suas equipes e as suas metas previstas à disposição de um debate sobre a segurança no ambiente escolar, tornando o ambiente escolar um ambiente de fato seguro, um ambiente de produção de vida, e fazer com que a gente construa política de segurança pública com todos os setores do governo, em diálogo constante com a sociedade”, completa.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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