O comunicador e ex-participante do reality show “A Fazenda” (Record), Vinícius Gomes da Costa, mais conhecido como Gominho, teve seu nome envolvido no caso Giovanni Maiorana. O comunicador chegou a ser intimado para depor sobre a suposta embriaguez do empresário paraense, mas não foi encontrado pela Polícia Civil de São Paulo no endereço registrado.
Giovanni Maiorana atropelou e matou duas jovens em Belém (PA), enquanto dirigia em alta velocidade, na madrugada do dia 27 de setembro de 2018, sob suspeita de embriaguez ao volante. Leia mais sobre o caso aqui.
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Gominho, que na época trabalhava na rádio FM O Dia do Rio de Janeiro, estava em Belém para o lançamento da afiliada da emissora na capital do Pará, que faz parte do Grupo Roma, do qual Giovanni Maiorana é vice-presidente.
Horas antes do trágico acidente, Gominho fez uma série de postagens no Instagram, onde aparecia ao lado de Giovanni. Em um dos vídeos publicados, o comunicador mostra Maiorana segurando um copo com uma bebida alcoólica identificada nas imagens como “cachaça de jambu”.
Após o acidente, Gominho excluiu as publicações das redes sociais. Para o promotor de Justiça, Luiz Márcio Teixeira Cypriano, a intenção de Gominho ao apagar as postagens era prejudicar a investigação.
“Qual seria o objetivo de deletar tais dados? Fica fácil perceber que para prejudicar a instrução processual penal”, questionou o promotor, em recurso à decisão da audiência de custódia, que concedeu liberdade a Giovanni, no dia 1º de outubro de 2018.
Sobre essas acusações, Gominho se pronunciou nas redes sociais. Ele disse que apagou as imagens “por orientação do advogado”, mas colocou os vídeos “à disposição para que a justiça seja feita”.
Ele também confirmou que estava “bebendo com a pessoa que causou esse terrível acidente”, referindo-se a Giovanni Maiorana. As imagens foram recuperadas e fazem parte dos autos do processo.
“Gente, vim aqui me pronunciar e dizer que a verdade foi essa: eu apaguei os stories nos quais apareço bebendo com a pessoa que causou esse terrível acidente por orientação do advogado. Não quero minha imagem associada a um acontecimento como esse e principalmente em respeito aos familiares das vítimas. Em momento algum apaguei os vídeos pensando em ocultar ou proteger essa pessoa. Vocês me conhecem e sabem que eu nunca faria isso. O que aconteceu é muito triste, não posso imaginar o sofrimento das famílias. Os vídeos estão à disposição para que a justiça seja feita”, escreveu Gominho no Instagram.
No dia seguinte ao crime, o promotor de Justiça, Luiz Márcio Teixeira Cypriano, entrou com manifestação para que Gominho fosse ouvido antes da conclusão do inquérito policial.
Atendendo ao pedido do promotor, no dia 11 de outubro de 2018, o delegado Raphael Lobão Cecim, do Serviço de Polícia Interestadual (Polinter) do Pará, solicitou a intimação de Gominho à Polinter do estado de São Paulo. O objetivo era saber a versão de Gominho sobre a embriaguez de Giovanni Maiorana e que ele explicasse as informações publicadas nas redes sociais.
A ordem de serviço foi cumprida pela Polícia Civil de São Paulo, mas Gominho não chegou a ser localizado. O investigador Alexandre Xavier de Miranda informou, no dia 21 de janeiro de 2019, que o porteiro do prédio onde Gominho supostamente morava, segundo os dados do Infoseg, sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse que não conhecia o comunicador e que ele não residia no local. Dessa forma, o inquérito foi encerrado sem o depoimento de Gominho.
No final de 2023, Maiorana foi beneficiado por um acordo que prevê que ele não será preso por matar duas jovens e deixar outras duas pessoas feridas, desde que cumpra as condições impostas pela justiça. O acordo foi celebrado depois que testemunhas do acidente mudaram o depoimento sem explicações e passaram a negar que o empresário estava bêbado.
Repercussão nacional
A ligação de Gominho com o caso Giovanni Maiorana ganhou repercussão nacional a partir do jornalista Léo Dias. No programa “Fofocalizando” (SBT), Léo Dias anunciou que Gominho estava se divertindo com Giovanni Chaves Maiorana antes de o empresário atropelar e matar duas pessoas em Belém.
Por esse motivo, Gominho chegou a bloquear o jornalista nas redes sociais, como mostra a Contigo. Durante o “Fofocalizando”, Léo Dias disse que Gominho queria manter a notícia apenas na imprensa local do Pará.
“O Gominho ficou muito bravo comigo porque eu noticiei isso ontem, ele me bloqueou do Instagram. Ele diz que eu tornei a notícia nacional, a notícia era local e eu tornei nacional”, disse Léo, ainda no programa “Fofocalizando”.
Após a publicação da reportagem nas redes sociais da Alma Preta, Gominho se pronunciou diretamente na postagem: “Não recebi a intimação [para depor sobre o caso] porque provavelmente me mudei umas duas vezes. Mas só chamarem de novo que eu apareço”, afirmou.