No último dia 7 de julho, em Recife, foi lançada a Rede Por Adaptação Antirracista, reunindo 50 organizações de 15 estados brasileiros, com o objetivo de articular o antirracismo às políticas de adaptação climática.
Para alcançar sua proposta, o grupo realiza articulações para incidir no Congresso Nacional e no Poder Executivo federal para a incorporação de conhecimentos das populações negras, indígenas, quilombolas e originárias, além de outros grupos vulneráveis às consequências da emergência climática.
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Em nota divulgada à imprensa, a secretária-executiva da Rede, Thaynah Gutierrez, aponta que o antirracismo “tem papel central na agenda de adaptação climática” e aponta que, em países desiguais como o Brasil, a política de adaptação às mudanças climáticas necessariamente precisa considerar “o racismo que funda o país”.
“Se não o consideramos continuaremos aceitando que os eventos climáticos extremos vitimizem somente as pessoas negras, indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais de terreiros enquanto as pessoas brancas e ricas das cidades poderão ter a sorte de terem seus territórios adaptados”, diz.
A rede se articula desde fevereiro de 2023, sendo seu primeiro ato público a divulgação de uma carta manifesto defendendo a adaptação antirracista citando mais de 500 mortes decorrentes de grandes volumes de chuvas em 2022 e o impacto do chamado racismo ambiental.
As articulações da rede ocorrem em duas frentes: a conexão entre movimentos de base relacionados à temática e possíveis financiadores; e a incidência sobre políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas ao nível federal. O grupo já monitora a implementação do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (PNA) e o trabalho de secretarias do ministério do Meio Ambiente e da Integração e Desenvolvimento Regional. A rede também participação em legislações sobre adaptações climáticas propostas pelas deputadas federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Erika Hilton (PSOL-SP), os projetos de lei 4129/2021 e 380/2023, respectivamente.
Entre os grupos que integram o a rede estão Greenpeace, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Coletivo Caranguejo Tabaiares, Coletivo GRIS, Centro Popular de Direitos Humanos, Instituto Pólis, Habitat para Humanidade, Coalizão Negra por Direitos, Instituto de Referência Negra Peregum e a Articulação Negra de Pernambuco.
Os estados representados na rede são: Acre, Amapá, Belém, Maranhão, Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Amazonas, Goiás e Rio Grande do Norte.