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Ex-chefe da Polícia Civil nega conhecer irmãos Brazão e culpa milícia por morte de Marielle

Preso por comprometer investigações do caso, Rivaldo Barbosa prestou depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados
Imagem do ex-delegado Rivaldo Barbosa em depoimento por videoconferência, na última segunda-feira (15), na Câmara dos Deputados. Barbosa é acusado de comprometer as investigações do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

16 de julho de 2024

Nesta segunda-feira (15), o ex-delegado Rivaldo Barbosa negou repetidamente qualquer ligação com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. 

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro está preso sob a acusação de comprometer as investigações do assassinato e prestou depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

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O deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido) responde a processo no Conselho de Ética que pode levar à cassação de seu mandato por quebra de decoro. Como testemunha de defesa, Barbosa afirmou que sua nomeação para a chefia da Polícia Civil não foi influenciada pelos irmãos Brazão. Ele ocupou o cargo durante as investigações do assassinato, de março a dezembro de 2018, assumindo a função dias antes das execuções.

“Desde o dia em que eu nasci, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Eu nunca falei com essas pessoas na minha vida”, declarou o ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Barbosa defendeu sua atuação, mencionando a indicação do delegado Giniton Lages, responsável pela prisão de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle e Anderson. O ex-delegado também criticou a influência das milícias no Rio de Janeiro, descrevendo-as como um “câncer” que mata muitas pessoas, incluindo Marielle e Anderson.

O relatório da Polícia Federal aponta que a Delegacia de Homicídios, sob a liderança de Giniton, não só se absteve de promover diligências eficazes como também sabotou o trabalho investigativo. Entre as falhas apontadas está a negligência na coleta de imagens do veículo usado no crime. O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) questionou Barbosa sobre as dificuldades nas investigações, mencionando a delação de Ronnie Lessa, que teria implicado Barbosa em prometer impunidade aos irmãos Brazão.

Outras testemunhas de defesa de Brazão, incluindo o vereador Willian Coelho (DC-RJ) e o ex-deputado federal Paulo Sérgio Ramos Barboza, expressaram surpresa e espanto com as acusações contra o parlamentar. Ambos defenderam a presunção de inocência de Brazão e pediram por investigações mais aprofundadas. Coelho negou qualquer ligação de Brazão com grupos paramilitares e ressaltou a postura educada e delicada do deputado em suas defesas políticas.

O Conselho de Ética continuará suas investigações, que podem levar até 60 dias, com a possibilidade de um pedido de cassação do mandato de Chiquinho Brazão, a ser decidido pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Texto com informações da Câmara dos Deputados.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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