A 25ª Vara do Trabalho de Porto Alegre (RS) aceitou uma ação pública movida por entidades contra as empresas Àvel Investimentos e XP por causa da falta de diversidade no quadro de funcionários. A ação foi motivada após a divulgação de uma foto onde a maioria dos funcionários da Àvel, empresa do mercado financeiro, são homens brancos e jovens.
Na ação, assinada pela Educafro, a Frente Nacional Antirracista, a Associação Visibilidade Feminina e o Centro Santos Dias de Direitos Humanos, é citado o fato de que o quadro de funcionários das empresas “É o oposto simbólico da imagem de sociedade plural que marca as democracias modernas e que constitui a base da nossa ordem constitucional”. As entidades dizem também que nenhuma pessoa negra, com mais de 40 anos ou portadoras de deficiência fazem parte do quadro de funcionários das empresas.
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O processo, aceito pela juíza Julieta Pinheiro Neta, titular da 25ª Vara do Trabalho, intima as empresas a apresentarem, em até 15 dias, contestações sobre os fatos relatados na ação ou uma proposta conciliatória.
“As notificações foram expedidas em 23 de agosto. O prazo de 15 dias começa a contar a partir do recebimento das notificações pelas partes (as empresas). Os comunicados são entregues pelos Correios”, informou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).
Depois da manifestação das empresas, uma audiência será marcada pela Justiça para as partes tentarem um acordo. Caso não haja consenso, o processo vai para julgamento.
Em nota, a XP disse que “ainda não foi notificada sobre a ação” e ressaltou que “o compromisso da companhia com a diversidade e inclusão sempre estabeleceu metas internas para aumentar a contratação, em todos os cargos, de pessoas negras, mulheres, LGBTQIA+ e PCDs”, informou em nota enviada ao Uol.
Já a Àvel, credenciada da XP, disse que prefere não comentar o assunto.