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‘Lesbiandade’: livro expõe caminhos percorridos por mulheres lésbicas para entendimento das violências

A obra de Dedê Fatuma faz parte da coleção Feminismos Plurais, de Djamilla Ribeiro

Texto: Giovanne Ramos | Imagem: Rodrigo Trevisan/Divulgação

Imagem mostra uma mulher de pele negra, autora do livro ‘Lesbiandade’ centralizada discursando com os braços levemente levantados, em uma sala. A mulher usa um vestido vermelho com detalhes dourados. Ao lado esquerdo, no fundo, mulheres negras sentadas escutando.

29 de agosto de 2023

No dia 29 de agosto, comemora-se o “Dia Nacional da Visibilidade Lésbica”. A data celebra as pessoas com essa orientação sexual, e reforça a luta por equidade, direitos e inclusão. 

Para marcar a data, a autora e poeta Dedê Fatuma lança na quarta-feira (30) o livro “Lesbiandade”, décimo quarto título da Coleção Feminismos Plurais, de Djamilla Ribeiro. O evento de lançamento acontece no Casarão da Diversidade, no centro de Salvador, às 14h. O livro já está disponível para compra em lojas virtuais.

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Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), lésbica, negra e assistente social, Fatuma mostra em sua obra a construção de identidade e os caminhos percorridos para o entendimento das violências que acometem mulheres sapatonas, lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero.

“Meu desejo é que esse livro seja uma chamada desobediente e afetiva para que muitas de nós acesse o poder mais íntimo e político, se trata do poder que está dentro de nós mesmas, é o erótico como nos ensinou Audre Lorde, pois é uma tomada de consciência acerca do poder que emana de dentro para fora”, comenta Dedê Fatuma, em nota para a imprensa.

‘Lesbiandade’ de Fatuma aponta uma realidade ainda pouco discutida de violência no Brasil. De acordo com o estudo “LesboCenso Nacional: mapeamento de vivências lésbicas no Brasil” , que ouviu 22 mil mulheres lésbicas no país ao longo do ano passado, 79% das entrevistadas já sofreram algum tipo de lesbofobia. As práticas mais comuns são assédio moral, sexual e violência psicológica.

A pesquisa, realizada pela Liga Brasileira de Lésbicas, em parceria com a Associação de Lésbicas Feministas de Brasília – Coturno de Vênus, constatou que o preconceito também interfere no tratamento de saúde dessas mulheres. Os dados mostram que 25% delas já passaram por discriminação em atendimento ginecológico e 73% relatam sentir medo ou constrangimento em falar, durante as consultas, que é lésbica.

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