“O povo negro resiste ao genocídio: antes, durante e depois da pandemia!”. Este é o lema e bandeira levantada pelos movimentos negros na Marcha da Consciência Negra em Pernambuco. A primeria edição do ato, que está marcado para acontecer no dia 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra, é fruto da organização da Coalizão Negra por Direitos em parceria com a Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE).
Com concentração marcada no Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio, no centro do Recife, ato trará as problemáticas enfrentadas pelo povo negro diante da crise sanitária e do aumento des vulnerabilidades desta população durante o atual governo Bolsonaro.
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Entre as pautas levantadas, além da luta contra o genocídio, estão dados alarmantes do protagonismo da população preta nos indicativos de maior número de desempregados, em situação de insegurança alimentar, sem moradia, entre outras problemáticas.
“O Brasil retrocedeu economicamente, então isso implica, no pós pandemia, na redistribuição de renda ao povo negro. Estudos já apontam que existem famílias que irão demorar cerca de dez anos para voltarem ao nível financeiro que estavam antes da crise. O próprio tema da Marcha retrata que é um projeto de genocídio contínuo à esta população, então acredito que o ato é símbolo do recado que nós iremos continuar lutando, tentando abrir caminhos e trazer novas perspectivas e possibilidades que nos acolham e acolham a nossa existência”, declara Jackson Augusto, um dos membros da Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE), em conversa com a Alma Preta Jornalismo.
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Para o articulador, o ato é de suma importância para o estado. Jackson ainda ressalta a importância do povo negro se organizar cada vez mais para falar sobre suas lutas, dores e perspectivas de futuro melhor.
“É preciso que o povo negro, cada vez mais, tome posse de sua história, escreva suas próprias narrativas, se organizar no país, ir às ruas. Agregar no dia 20 de novembro é construir junto e se defender ao que está por vir em 2022. Um ano complicado, de frente à posturas fascistas no país, à conflitos raciais. Por isso, é importante nos organizarmos e pensarmos para além da data, provocando e trazendo a população negra à luta antirracista”, finaliza Augusto.
A Marcha da Consciência Negra de Pernambuco está com concentração marcada para às 14h, tem como trajeto a zona central da capital e contará coma participação de mais movimentos sociais . Mais informações podem ser tiradas através da página oficial do Instagram da ANEPE ou da Coalizão Negra por Direitos.