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Quase 80 famílias indígenas estão em situação de extrema urgência no Rio Grande do Sul

Além do alagamento, indígenas desabrigados da aldeia Pekuruty tiveram suas casas demolidas devido à obras na BR-290
Vista aérea de uma rua inundada pelas chuvas em Porto Alegre (RS).

Foto: Florian Plaucheur / AFP

7 de maio de 2024

Um levantamento realizado por organizações indígenas e indigenistas, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na última segunda-feira (6), indica que mais de 80 comunidades e territórios indígenas foram diretamente afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. 

O documento traz uma listagem provisória, que busca elencar os casos mais graves para possibilitar ações conjuntas de apoio e auxiliar tomadas de decisões do poder público. Até o momento, são 49 municípios com comunidades indígenas listadas em situação de emergência, entre aldeados e acampamentos indígenas em contexto urbano.

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Entre os casos mais graves estão os da etnia Guarani Mbya, onde cerca de 78 famílias estão desabrigadas em seis aldeias de quatro cidades, sendo elas Porto Alegre, Canela, Barra do Ribeiro e Capivari do Sul. De todas as comunidades dessa etnia, destacam-se as aldeias Yjerê e Pindó Potu, em Porto Alegre, e Pekuruty, em Eldorado do Sul, como casos emergenciais.

Nesses locais, as famílias foram forçadas a deixar suas casas e seguir para as áreas mais elevadas devido ao alto risco de alagamento e deslizamento de terra. 

Ainda de acordo a Cimi, na aldeia Pekuruty, que fica às margens da BR-290, em Eldorado do Sul (RS), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) destruiu moradias e construções da comunidade sem consultar ou notificar os moradores do território.

“Essa comunidade foi removida para que o DNIT pudesse consertar uma tubulação que passa ali e eles acabaram destruindo toda a comunidade indígena. Eles arrancaram as casas dos indígenas sem que os Guarani sequer soubessem ou tivessem sido comunicados”, revela Roberto Liegbott, missionário do Cimi Regional Sul, em nota oficial.

O missionário ainda informa que no momento os indígenas da aldeia estão em um abrigo, mas que não há mais local para se retornar, pois a comunidade foi completamente destruída.

O levantamento colaborativo foi realizado pela Cimi Regional Sul, juntamente com a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), Fundação Luterana de Diaconia, Conselho de Missão entre Povos Indígenas e Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD/Comin/Capa), além do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Rio Grande do Sul (Cepi/RS).

As organizações solicitam apoio e doações de alimentos, materiais de higiene e limpeza, lonas, telhas, colchões e cobertores para as comunidades afetadas. Um dos pontos de doação fica na Paróquia Menino Jesus de Praga, em Porto Alegre.

A Cimi Regional Sul, a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) estão recebendo doações via PIX, através do QR Code abaixo.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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