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Recordes de mortes, desemprego e fome marcam um ano da lei do auxílio emergencial

Há um ano foi instituída a lei que previa o pagamento de renda básica nos valores de R$ 600 e R$ 1.200 por causa da pandemia; um ano depois, país se encontra em situação ainda pior e com auxílio em valor menor

Texto: Redação | Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Recordes de mortes, desemprego e fome marcam um ano da lei do auxílio emergencial

Recordes de mortes, desemprego e fome marcam um ano da lei do auxílio emergencial

— Brasília: Prédio da Caixa Econômica Federal. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

1 de abril de 2021

A Lei 13.982/2020, que instituiu a renda básica emergencial nos valores de R$ 600 e R$1.200 (para mães-solo) completa um ano nesta sexta-feira (2). Depois de ter os valores iniciais cortados pela metade, entre os meses setembro e dezembro de 2020, o auxílio retorna na próxima semana com valores apontados como distantes do necessário para reduzir a fome no país.

Pesquisa divulgada em março, pelo Data Favela e Instituto Locomotiva, mostra que 97% dos moradores das comunidades tiveram suas vidas afetadas pela pandemia, sendo que 86% passam fome, pois não têm renda nem emprego.

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Outro levantamento, feito pela coordenação da campanha #auxilioateofimdapandemia, com base na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad), revela que o número de pessoas na extrema pobreza chegou a 17,3 milhões, no início deste ano, logo após o fim do auxílio emergencial.

A mesma análise mostra ainda que o país retrocedeu 15 anos em cinco, registrando mais de 84 milhões de pessoas vivendo algum grau de insegurança alimentar, quando o acesso regular e a disponibilidade de alimentos são escassos. Entre os mais afetados estão as mulheres, os negros, a população rural e os moradores do Norte e Nordeste.

“Este ano, com a limitação do teto de gastos em R$ 44 bilhões, 22 milhões de brasileiros foram cortados da nova rodada e ficarão sem qualquer tipo de proteção social”, confirma Paola Carvalho, diretora de Relações Institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica e uma das porta-vozes da campanha #auxiliateofimdapandemia.

“Por isso nossa pressão vai continuar. O governo tem condições de rever suas metas e buscar recursos para, neste momento extremo, acelerar a vacinação e pagar um auxílio digno”, completa a diretora.

No ano passado, o auxílio emergencial injetou R$ 321,8 bilhões na economia, beneficiando, direta ou indiretamente, 126 milhões de pessoas.

Caos em todas as áreas

O Brasil vive o caos em todas as áreas, especialmente na social e na saúde. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta semana mostram que há 14,3 milhões de brasileiros desempregados.

Dia após dia são computados também recordes de mortes por Covid-19. A média diária de óbitos em decorrência da Covid-19 tem sido de aproximadamente 3 a 4 mil e o país já soma ao todo mais de 320 mil vidas perdidas na pandemia, segundo informações das secretarias estaduais de saúde.

“Sem vacina, sem renda, sem emprego, sem comida, os brasileiros mais vulneráveis seguem arriscando a vida em uma escolha perversa entre morrer de fome ou ser vítima do vírus. São os que precisam sair de casa para buscar uma ocupação de qualquer jeito para garantir algum alimento para a família”, pondera Paola.

Às vésperas de começarem os pagamentos da nova rodada de auxílio emergencial, já foi comprovado, por pesquisadores do Insper, que os valores ofertados pelo governo federal nesta fase não cobrem as necessidades básicas dos beneficiários em nenhum estado do país.

As quatro parcelas do auxílio começam a ser pagas na terça-feira (6) e os valores variam entre R$150 e R$ 375. O benefício médio será de R$ 250 e mulheres chefes de família receberão R$ 375. Já para os brasileiros que moram sozinhos o benefício será de R$ 150.

Campanha contra fome

Uma das diversas campanhas realizadas para mitigar os efeitos da pandemia sobre as populações mais pobres é a da Vocação, Organização da Sociedade Civil (OSC), chamada “Alimentando Esperança”. O objetivo é apoiar durante três meses 1.026 famílias atendidas por 13 organizações parceiras da entidade.

A meta da campanha é arrecadar R$ 340 mil para compra de cestas básicas de alimentos que serão distribuídas nas comunidades da Zona Sul de São Paulo. Além da doação de alimentos, a campanha pretende oferecer cursos gratuitos e informações sobre enfrentamento à violência doméstica; orientações para acesso aos serviços do CRAS e do CREAS, Saúde, Conselho Tutelar e outros; ações de empreendedorismo coletivo e individual para as famílias e trilhas de formação de jovens para inclusão produtiva e educação financeira.

As doações podem ser feitas via PIX ([email protected]) ou no site da campanha e começam a partir de R$ 10. A cada R$ 67 arrecadado, uma cesta será doada.

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