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São Paulo encerra dia nacional de protestos contra o governo Bolsonaro

Ato que começou na avenida Paulista encerrou no final da avenida Consolação com repressão policial; manifestantes pedem impeachment do presidente e mais vacinas

Texto: Letícia Fialho e Nadine Nascimento | Edição: Nadine Nascimento | Imagem: Patrick Silva / Alma Preta

Bandeira em ato contra Bolsonaro

Bandeira em ato contra Bolsonaro

24 de julho de 2021

Neste sábado (19), data em que o Brasil se aproxima da marca de 550 mil vidas perdidas para a Covid-19, milhares de pessoas foram até a Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ato encerra o dia nacional de protestos que aconteceram em todo o país. 

Os manifestantes demonstraram indignação com as denúncias de corrupção nas tentativas de compra de vacinas, com o descaso e negacionismo do governo federal no combate à pandemia e com os cortes do auxílio emergencial. 

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A ação foi marcada pela presença de lideranças de movimentos, como Milton Barbosa, um dos pioneiros do movimento negro no Brasil. Além de políticos como Eduardo Suplicy, Fernando Haddad e Guilherme Boulos. 

Para Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no governo Bolsonaro o povo está “renegado”. 

“O que a gente tem visto é um genocídio no Brasil, um genocídio criminoso, e uma politica econômica também criminosa. Nosso povo esta renegado, sobretudo o povo negro, nas periferias deste país. Estamos renegados para a Covid e a fome. Por isso, nós viemos às ruas mesmo no meio de uma pandemia. A  gente iniciou uma jornada de luta para poder arrancar o Bolsonaro de lá e resgatar a capacidade do nosso povo de construir um futuro com justiça social”, pontua Boulos que foi candidato à prefeitura da cidade. 

Durante todo o percurso, as pessoas usavam máscara de proteção e álcool em gel, o que inclusive era uma orientação dos organizadores que discursavam de cima dos trios elétricos espalhados por toda a extensão do ato. Além disso, barracas distribuíram máscaras para quem precisasse. 

Os movimentos negros estavam representados pelo Movimento Negro Unificado (MNU), a Uneafro, a Ocupação Cultural Jeholu e a Coalizão Negra Por Direitos. Lideranças religiosas, artistas, centrais sindicais, movimentos de mulheres e LGBTQIA+ também estavam presentes. 

O historiador e professor Douglas Belchior, da Uneafro, falou sobre o desmonte na educação e como a queda de Bolsonaro pode representar a retomada do avanço na área. 

“O Governo Bolsonaro é um governo de desmonte de direitos, em todos os segmentos: na educação especialmente. Sem dúvida esse contexto vai deixar um buraco naquela linha ascendente de acesso à escolaridade, que a gente vai, infelizmente, retroceder. É fundamental a queda deste governo para que a gente possa retomar a rota da defesa de direitos, como o da educação, por exemplo” 

Palavras de ordem, discursos, faixas e cartazes expunham também o descontentamento com o desemprego, o alto custo de vida e a fome; defendiam também a democracia e a manutenção das empresas estatais pelo Estado.

A concentração saiu do vão do MASP em direção ao fim da avenida da Consolação, no centro de São Paulo. A manifestação foi pacífica até o final, quando policiais e grupos isolados se confrontaram.

Leia mais: Mesmo sob chuva, manifestantes se reúnem no ato ‘Fora Bolsonaro’ em Salvador

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