Protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram registrados em pelo menos 23 capitais brasileiras neste sábado (19). Entre elas, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, onde a Alma Preta Jornalismo realizou transmissões ao vivo nas redes sociais.
“É um ato nacional, que acontece no Brasil inteiro e unifica muitos setores políticos e sociais em torno da revolta com Bolsonaro, por isso é uma bandeira que une tanta gente”, destacou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que participou da manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo.
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Na capital paulista, a manifestação começou por volta das 16h e reuniu milhares de pessoas em nove quarteirões da avenida mais conhecida da cidade, com a participação inclusive de movimentos sociais como a Coalizão Negra por Direitos. Os manifestantes seguiram em direção à Rua da Consolação e Praça Roosevelt, sempre de forma pacífica.
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No Rio de Janeiro, o ato ocupou a maior parte da Avenida Presidente Vargas, a via mais larga do centro da cidade. A massa de manifestantes chegou a se estender entre a Central do Brasil e a Candelária, com pontos de dispersão. O ato teve início às 10h00 no monumento a Zumbi dos Palmares, e terminou na Candelária, no cruzamento com a Avenida Rio Branco, onde a manifestação chegou às 13h00.
Diversos movimentos sociais, entre eles o Movimento Negro Unificado (MNU), marcaram presença. Havia faixas em homenagem a jovens negros mortos, como Kathlen Romeu e também o garoto João Pedro Mattos Pinto. Apesar da dificuldade com o distanciamento, a reportagem não viu nenhum manifestante sem máscara. Houve também distribuição gratuita de máscaras PFF2 em meio ao protesto.
No Recife, uma multidão marchou em fila indiana em uma das principais avenidas da capital pernambucana, a Conde da Boa Vista, área essencialmente comercial da cidade. A concentração de pessoas iniciou pouco antes das 9h da manhã e contou com o trabalho voluntário na organização. Assim que saiu da Praça do Derby, ponto de partida do ato, houve um pequeno tumulto no trânsito e algumas motos tentaram passar entre a multidão. Um bloqueio corporal formado por voluntários ajudou a conter.
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Já na capital baiana, o protesto, convocado por movimentos sociais, partidos de oposição ao governo, sindicalistas, grupos estudantis e representantes de grupos indígenas, se concentrou na Avenida Presidente Vargas, região central de Salvador. Os manifestantes foram em direção à Ladeira da Barra, no Corredor da Vitória.
A escritora e rapper Preta Rara mora em São Paulo, mas participou do ato em Salvador. A artista reforçou a importância da mobilização da sociedade. “Apoio todas as pessoas que vieram ao ato, mesmo com medo. As pessoas que ficam em casa eu também respeito. Nós estamos em um ato de sobrevivência, uma vez que vamos atravessar as 500 mil vidas perdidas por conta do descaso desse governo”, reiterou.
Outras 19 capitais e o Distrito Federal também registraram manifestações contra o governo Bolsonaro ao longo do dia. Segundo Orlando Silva, os protestos contra Bolsonaro na data em que o país se aproxima das 500 mil vidas perdidas na pandemia, que já dura mais de um ano, são uma forma de pressionar os parlamentares pelo processo de impeachment. “Nós não vamos ter impeachment se não tivermos deputados apoiando”, explicou o parlamentar.