O reality show ‘Sobe Junto’ chegou ao fim e definiu os novos embaixadores da Budweiser. Durante o programa criado pela marca de bebidas, o grupo vencedor teve a oportunidade de desenvolver sua nova música de trabalho, ter um clipe produzido e a mentoria de diversos artistas consagrados no universo da música.
Após uma trajetória considerada por apresentadores e jurados de muita superação e união, o bonde Gabriellê ganhou a final do ‘Sobe Junto’ e, agora, terá a oportunidade de se apresentar em diversos eventos globais e shows no Brasil e no exterior patrocinados pela Bud.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Leia mais: Final do reality ‘Sobe Junto’ revela novos embaixadores da Budweiser
Conheça o bonde Gabriellê
O grupo vencedor é formado pela cantora e compositora Gabriellê, pelo produtor musical Fabricio Mascate, pela produtora artística Jazz Oliveira e pela MC e produtora Lili Black. De acordo com a cantora, sua estratégia para a formação do bonde foi chamar profissionais em que ela acreditava e que sabia que somariam potências no programa, além de pensar em pessoas com quem tinha uma relação de proximidade.
Ainda segundo a artista, o bonde foi formado levando em consideração a experiência de Lili como beatmaker e MC, somado ao conhecimento do músico, arranjador e produtor Fabricio Mascate, além da expertise da Jazz Oliveira em produção artística e fotografia.
“Eu conheci o Fabricio há sete anos, quando nós estudávamos música na Etec de Artes. Nessa mesma época, chegamos a tocar em alguns bares e eventos na formação ‘voz e violão’ para fazer uma grana. Em 2018, quando comecei a frequentar a Batalha Dominação, conheci e me aproximei de Jazz e Lili e, desde então, somos tanto amigas como incentivadoras uma da outra nos nossos corres na música e produção artística”, destaca Gabriellê, que, inclusive, foi criada em uma família muito musical.
Seu pai já foi trombonista quando mais jovem, o avô, regente e compositor da igreja que frequentava, enquanto isso, a avó canta em coral e a mãe sempre ouviu muitas canções.
“A minha paixão por música vem desde que eu me entendo por gente, minha memória afetiva sempre me remete a como eu gostava de ouvir as músicas do Michael Jackson, que minha mãe também era fã, e como eu amava cantar.
Durante um período da adolescência, a cantora Gabriellê frequentou uma igreja evangélica e entrou para a banda para cantar, além de iniciar também no teclado como autodidata. Aos 15 anos, começou a estudar canto popular na Etec de Artes e, desde lá, nunca mais saiu do universo musical. Em 2018, a artista passou a participar das batalhas de freestyle e, hoje, conta que a cultura hip hop é onde se sente realmente em casa e pertencente.
“A princípio, quando eu comecei a estudar música, era despretensiosamente. Não imaginava que pessoas vindas de onde eu vim poderiam escolher aquela profissão, estudava porque gostava daquilo. Mas, com o tempo, eu fui vendo como fazer minha renda e dar aulas foi a maneira que eu encontrei de me manter e conseguir juntar uma grana”, conta a cantora, que depois disso começou a investir nos seus primeiros lançamentos musicais, tendo a estreia no ano de 2019 com o single e videoclipe ‘Fúria’.
De acordo com o produtor musical Fabricio Mascate, o bonde sempre esteve presente em muitos lugares que os impactaram e o influenciaram em suas trajetórias.
“Trabalhamos de maneira individual e independente, mas sempre se fortalecendo para que tudo aconteça da melhor forma e possamos ocupar esses espaços. Por sermos de regiões bem diferentes da cidade, carregamos experiências únicas, buscando explorar nossos pontos em comum e também especificidades na expressão do bonde. Porém, para além das diferenças artísticas e musicais, temos em comum, o trabalho com a arte e o discurso racial implícito nele”, destaca.
Inclusive, a música ‘Bonde Black’, desenvolvida pelo grupo ao longo dos episódios do ‘Sobe Junto’, coloca as questões raciais e o empoderamento negro em pauta. Segundo a MC Lili Black, que dividiu o vocal da música com a cantora Gabriellê, o bonde teve inúmeras referências que se entrelaçam na história contada no clipe produzido durante o programa, como a estética das quebradas, o movimento Black Panther e elementos do Afrofuturismo.
“Na música, citamos a resistência de nossos ancestrais, reverberando autoestima, criatividade, sem deixar de mostrar o quanto somos potentes. Escolhemos também ressaltar momentos de celebração como um baile funk e um baile charme, além de falar da autoestima de pessoas negras, porque isso também nos compõe, e a letra menciona sobre quererem roubar isso de nós, nossa alegria de estar vivos”, ressalta Lili Black.
“Por vezes, para nós é difícil falar de coisas boas, porque tudo em nossa volta sistematicamente está dado para marginalizar pessoas negras e, diariamente, somos feridos com notícias de genocídio, racismo, entre outras. O exercício diário que nós, jovens negros e periféricos, tentamos praticar é de direcionar essa raiva para a nossa energia criativa e mudanças que de fato queremos nas nossas vidas e sociedade”, também complementa a MC.
Confira o clipe da música ‘Bonde Black’, do bonde Gabriellê:
Ao longo do programa, a palavra ‘superação’ foi uma das que mais definiu o grupo segundo os apresentadores e jurados. Diante do nervosismo nas apresentações, dos erros e acertos nos desafios, o bonde buscou ouvir todas as dicas repassadas e melhorar a cada nova oportunidade.
De acordo com a produtora artística Jazz Oliveira, o maior diferencial do bonde é se enxergar no outro com amor e respeito. Além disso, a identificação na cor da pele e vivências parecidas de dentro da periferia foi o que os levou a criar o hit com tantas referências e representatividade.
“Participar de um reality foi uma experiência incrível e muito louca ao mesmo tempo. Acessamos diferentes emoções que nem tínhamos ideia de que era possível. Mas o que facilitou lidar com tantas emoções foi estar em conexão um com o outro o tempo inteiro, pensando em estratégias, conceito artístico, beat, e todos os detalhes de cada processo”, destaca a produtora artística.
Em relação ao futuro do bonde, Lili Black pontua que ainda estão vivendo cada novidade e acreditando que a participação no ‘Sobe Junto’ vai fortalecer muito a caminhada de cada um enquanto bonde e como artista solo em seus projetos individuais.
“Esperamos muitos shows, agenda lotada e muita aprendizagem. O reality deixou uma marca muito intensa sobre trabalho em grupo e a união foi a palavra-chave para entendermos a proposta do programa e caminharmos de forma horizontal, de mãos dadas, até a final”, explica a MC.
Projetos individuais e colaborações
O ano de 2022 será recheado de atividades para todos. Segundo Fabricio Mascate, serão lançados álbuns individuais dos profissionais e colaborações/feats. A Gabriellê vai apresentar o seu primeiro álbum da carreira que traz uma mistura de neo soul, rap e música brasileira intitulado “Bugada”.
A Lili Black lançará o seu primeiro EP intitulado ‘Circunstâncias’, e Fabricio Mascate, primeiro álbum dele que traz a sonoridade da música popular brasileira, contendo ritmos que vão desde a música caipira e baião à música erudita. Também se dividindo entre canções e composições instrumentais, intitulado ‘Flor e Ser’, contando com a participação de Gabriellê em uma das faixas.
“Além disso, a Gabriellê é fundadora e diretora artística do selo musical Gaba Music que trabalha com produção artística e tem alguns projetos para esse ano de 2022, onde Jazz também atua como produtora. Gabriellê e Lili lançarão seu álbum e EP pelo selo Gaba Music, além disso, Jazz pretende continuar trabalhando em projetos artísticos e como fotógrafa em trabalhos que exaltem a cultura negra e periférica”, finaliza o produtor musical.
Conheça mais um trabalho da cantora Gabriellê:
Leia também: Kell C.: conheça um dos bondes eliminados da semana no ‘Sobe Junto’