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Livro revela persistência da discriminação racial no Brasil

Estudo intitulado "Números da Discriminação Racial" revela desigualdade de raça e gênero no país
Imagem da campanha"A alma não tem cor, não ao racismo", realizada em 2014, na praia de Copacabana.

Foto: Tania Rego/Agência Brasil

22 de abril de 2024

Um novo estudo intitulado “Números da Discriminação Racial” destaca a persistência das disparidades raciais e de gênero no Brasil, apesar de alguns avanços. Organizado pelos pesquisadores Michael França e Alysson Portella, o livro será lançado em Salvador na próxima terça-feira (23), às 18h, no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, na Praça Municipal, no Centro Histórico.

O estudo, que conta com análises de pesquisadores do Núcleo de Estudos Raciais do Insper e convidados, ressalta a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para lidar com as desigualdades raciais no país. Além disso, oferece uma visão abrangente da literatura empírica relacionada à estimativa da discriminação e disparidades raciais.

Um dos destaques do estudo é o capítulo sete, intitulado “Desigualdade de gênero e as camadas da discriminação”, onde os autores apresentam dados que revelam uma redução significativa na disparidade de rendimento médio entre homens e mulheres brancas desde a década de 80 até os dias atuais. Segundo a pesquisa, em 1982, o rendimento médio das mulheres brancas equivalia a 55% do valor recebido pelos homens brancos, enquanto em 2021, esse número aumentou para 80%.

Foto: Reprodução

No entanto, para homens e mulheres negros, a situação é diferente. Em 1982, o rendimento médio dos homens negros representava apenas 50% daquele observado para os homens brancos, aumentando para 58% em 2021. Já para as mulheres negras, o rendimento médio em relação ao dos homens brancos era de apenas 28% em 1982, chegando a 46% em 2021.


Esses dados destacam que, embora as mulheres brancas tenham visto uma melhora significativa em sua disparidade de renda em comparação com os homens brancos, as mulheres e homens negros continuam a enfrentar desafios consideráveis. O estudo sugere que políticas e ações voltadas exclusivamente para a questão de gênero não são suficientes para abordar as demandas das mulheres negras, que permanecem como o grupo mais vulnerável diante dessas desigualdades.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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