A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, vai à Justiça pedir a condenação do vereador Gilson Ramos (MDB) que a chamou de “cachorra” em agosto de 2023, durante uma sessão na Câmara dos Vereadores de Tobias Barreto, no interior de Sergipe.
Para se referir à ausência de diálogo entre o prefeito Dilson de Agripino (Cidadania) e seus secretários municipais, Ramos disparou contra Anielle. As falas foram transmitidas ao vivo nas redes sociais da Câmara.
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“Lula, até agora, não atendeu aquela [Simone] Tebet. Ela é ministra, mas até agora não [se] sentou com ela. Até agora Lula não [se] sentou com a irmã de Marielle, que é ministra também. Bota essa cachorra lá e acabou“, disse o vereador.
A declaração foi repudiada pelos demais integrantes da Câmara que se manifestaram na época. O vereador Samoel da Samambaia (Cidadania) disse que o dia em questão se tornou vergonhoso para o parlamento da cidade, já que um representante do povo se dirigiu a uma mulher com termos que a ofendem.
Segundo a Carta Capital, na queixa-crime apresentada à Justiça, a ministra reforça que o vereador agiu de forma consciente para atingir sua honra. Para ela, o fato de as declarações terem sido transmitidas ao vivo deixam a situação ainda mais grave.
O processo tramita na 15ª Vara Federal do Distrito Federal e Anielle é representada pela Advocacia-Geral da União (AGU). A ministra pede que o parlamentar seja condenado por injúria e difamação. As penas para esses crimes variam entre um e três anos de prisão e multa.
Em janeiro, o juiz Frederico Botelho Viana solicitou que Gilson Ramos se manifestasse sobre o seu interesse em um possível acordo. À Carta Capital o vereador disse que sua fala foi tirada de contexto pelos opositores e que a expressão foi usada para definir uma relação de desdém.