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Em assembleia da ONU, Bolsonaro diz ter salvo o Brasil do socialismo

O presidente ainda defendeu o tratamento precoce para Covid-19 e criticou as medidas de isolamento adotadas por governadores brasileiros 

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nadine Nascimento | Imagem: Reprodução/ ONU

O presidente Jair Bolsonaro em seu discurso na ONU

21 de setembro de 2021

“Meu governo se posiciona contrário ao passaporte sanitário ou qualquer obrigatoriedade da vacina. Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce. Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, foi o que disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em seu discurso junto aos líderes mundiais na sede nova-iorquina (EUA) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em sua fala, o presidente teceu críticas aos governadores brasileiros que aplicaram o lockdown e culpabiliza os líderes estaduais pela alta do desemprego no Brasil. “Lamentamos todas as mortes no Brasil e no mundo. Sempre defendi o combate ao vírus e ao desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e de lockdown deixaram um legado de inflação. Os mais humildes foram obrigados a ficar em casa por aqueles governadores e prefeitos”, disse.

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Ainda nesta manhã (21), Bolsonaro afirmou ser uma honra abrir a Assembleia Geral da ONU e mostrar “um Brasil diferente daquilo relatado em jornais ou em TVs”. O presidente ainda falou que o país está há dois anos e oito meses “sem qualquer caso concreto de corrupção”.

“O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a constituição, valoriza a família e deve lealdade ao seu povo. Isso é muito, é uma sólida base se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo”, afirmou Bolsonaro.

Políticas ambientais controvérsias

“Temos tudo o que o investidor procura”, declarou o presidente Jair Bolsonaro a respeito da preservação da Amazônia e também da abertura de parques para adoção de iniciativas privadas. Ele ainda defendeu que os próprios membros de comunidades tradicionais querem ceder seus territórios a fim de desenvolver a agricultura local.

“Uma área como a Alemanha e França juntas é reservada para povos indígenas. Nessas regiões, 600 mil indígenas vivem em liberdade. E cada vez mais desejam utilizar suas terras para agricultura e outras atividades”, ressaltou.

No entanto, como apurado pela Alma Preta Jornalismo, o programa ‘Adote Um Parque‘, do Governo Federal, viola direitos e ameaça a autonomia de comunidades tradicionais – indígenas e quilombolas – da Amazônia.

“Os resultados dessa importante ação já começam a aparecer: redução de 32% no desmatamento em agosto de 2021, se comparado com ao ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação como a nossa?”, questiona. 

No discurso, Bolsonaro também afirmou que o Brasil preserva 84% da vegetação nativa da Amazônia. Além disso, o presidente disse que foi antecipado – de 2060 para 2050 – o objetivo de alcançar a neutralidade climática.

Relações internacionais e intolerância

“Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de climas e volumes relevantes. O futuro do emprego verde está no Brasil. Energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo”, disse.

O presidente citou ainda a ‘Operação Acolhida’, ação que recebe venezuelanos no Brasil e os encaminha a postos de trabalho, como forma de amenizar “a ditadura comunista” no país vizinho, e disse que o Brasil ratificou o compromisso internacional contra o racismo e outras formas de intolerância. “Temos a família tradicional como fundamento da civilização A liberdade do ser humano só se completa com a liberdade de culto e expressão”, declarou.

No entanto, a respeito do domínio do Talibã no Afeganistão, o presidente afirmou que o Brasil irá ceder vistos humanitários aos afegãos, mas apenas aos adeptos ao cristianismo. “O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Então concederemos visto humanitário para cristãos: mulheres, crianças e juízes afegãos”, finalizou.

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