Na última quarta-feira (24), 21 associações, coletivos e grupos do movimento negro foram homenageados com entrega de diploma e moção de aplausos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A iniciativa proposta pela deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL) buscou fortalecer e reconhecer a importância histórica e fundamental das organizações que se dedicam às populações em situação de vulnerabilidade, sobretudo à comunidade negra.
A deputada ressaltou que, durante o mês de novembro, foram protocolados na Alesp 21 moções de aplausos para destacar a atuação política, social e radical dos coletivos e organizações que valorizam a cultura negra e combatem o racismo.
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“Se hoje já estamos aqui é porque somos o legado do trabalho árduo daqueles e daquelas que nos antecederam. Não haveria parlamentares pretas e pretos comprometidos com as nossas pautas sem os movimentos negros e de mulheres, sem a resistência da nossa cultura tradicional e popular. Hoje estamos aqui para visibilizar esse trabalho constante e, por vezes, invisibilizado de muitas e muitos que estão aqui”, pontuou a deputada durante o ato solene.
Organizações homenageadas
Durante a sessão, foram homenageados o Movimento Negro Unificado (MNU), a Associação de Familiares e Amigos de Presos/as (Amparar), a Uneafro, o Geledés, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS), o Grupo Pela Vidda/SP, a Casa de Cultura Tainã, a Marcha das Mulheres Negras de SP e o Movimento Nacional Pop Rua.
Além desses, também receberam as honrarias o Projeto Meninos e Meninas de Rua (PMMR), o Samba de Roda Nega Duda, as Mães de Maio, o Fórum de Povos e Comunidades Tradicionais do Vale do Ribeira, o Fórum de Cultura Tradicionais e Populares, o Terreiro do Nzo Tumbansi, a Coalizão Negra por Direitos, o Quilombo de Porto Velho e a Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras (EAACONE), o Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã e a artista Nduduzo Siba.
“Eu me sinto honrado pelo convite e também digo que todos nós aqui que fazemos parte, direta ou indiretamente, de qualquer movimento que contribua no fortalecimento e afirmação dos direitos que a gente tem, seja no campo ou na cidade, que venha representar essa população negra no Brasil para a gente poder alcançar a autonomia e o reconhecimento que precisamos ter”, disse Rodrigo Marinho, quilombola e representante da EAACONE, instituição que articula e assessora os Quilombos do Vale do Ribeira.
A sessão solene também contou com a apresentação do Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã e com a exibição de vídeo em homenagem às organizações. “Depois de dois anos rodeados de muitas mortes, eu começo dizendo que não é fácil estar aqui, é uma tarefa, uma responsabilidade e um compromisso político que assumi e que só é possível porque nós não estamos sós. Contamos com cada organização e movimento que está aqui e que soma sua força política à nossa busca de mudanças efetivas”, destacou a deputada Erica Malunguinho.
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