Iniciativa disponibilizada em site neste dia 14 de setembro, 30 meses após o assassinato da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes, traz compromissos para serem assinados por candidatos de todo o Brasil
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Renan Olaz
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Nesta segunda (14), data em que se completa 30 meses do assassinato de Marielle e Anderson, o Instituto Marielle Franco, organização criada pela família da ex-vereadora, lançou uma agenda pública de políticas e compromissos voltada para engajar candidaturas a prefeitos e vereadores do país em ações práticas vinculadas ao legado da defensora dos direitos humanos.
Para ajudar a cobrar as candidaturas, qualquer pessoa poderá se inscrever no site como uma defensora da Agenda. A ideia é que eleitoras e eleitores de cidades de todo o país ajudem a levar esse legado adiante, de olho nas candidaturas e se articulando em torno de pautas que Marielle defendia.
O instituto reitera que as primeiras eleições municipais desde o assassinato de Marielle, que se tornou um símbolo de representação de mulheres negras, periféricas e LGBTs nos espaços de poder, serão marcadas também pela conjuntura da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, e o agravamento das desigualdades econômicas e sociais em todo o país.
Para a diretora Anielle Franco, o assassinato da irmã e ex-vereadora – ainda sem respostas sobre o mandante – não impediu que a memória e o significado do legado de Marielle exerçam uma enorme influência nas eleições que se aproximam. “Candidaturas em todo o Brasil se inspiram em Marielle: se em 2018 o aumento de candidaturas de mulheres negras foi de 93% comparado com as eleições anteriores, a estimativa é que esse ano esse número seja ainda maior”, destaca.
Dedicada a estruturar o Instituto Marielle Franco como uma organização de referência para a memória e o legado da vereadora, Anielle anunciou no início do segundo semestre o lançamento da PANE, a Plataforma Antirracista nas Eleições. Um conjunto de ferramentas e ações para incidir nas estruturas do sistema político.
Depois da primeira ação chamada “Eleições Antirracistas”, que articulou mais de 10 mil pessoas e centenas de organizações a pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela aprovação da consulta que garantiria recursos e visibilidade proporcionais para candidaturas negras, a família e o Instituto estão inteiramente voltados para as ações da Agenda Marielle Franco.
Anielle explica que foi uma longa caminhada reunindo os projetos de leis da ex-vereadora, a atuação enquanto parlamentar e presidente da Comissão da Mulher da Câmara Municipal e escutando algumas das ex-assessoras. “A agenda é para candidaturas de todo o país que queiram verdadeiramente honrar e multiplicar o seu legado, não apenas no discurso, mas também nas suas práticas. É transformar a retórica em prática. Esperamos que muitas candidaturas se inscrevam e se tornem defensores dessa agenda”, pontua.