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Práticas inovadoras de jovens na política institucional são mapeadas em pesquisa

Intitulado ‘Jovens no Poder - Redesenhando a política do agora’, estudo é realizado pelo Instituto Update e mostra como a juventude vem inserindo práticas inovadoras na política institucional do país

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagem: Agência Brasil

Práticas inovadoras de jovens na política institucional são mapeadas em pesquisa

Foto: Brasília - Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

25 de novembro de 2021

Criar estratégias para fortalecer a democracia e garantir direitos fundamentais. Este é o retrato do que vem sendo feito pela juventude que – no cenário atual –  assume o papel de inserir práticas inovadoras na política institucional do país. A constatação foi dada a partir da pesquisa recém lançada ‘Jovens no Poder – Redesenhando a política do agora!’, realizada pelo Instituto Update com o auxílio de diversos colaboradores do Brasil. 

Segundo os pesquisadores envolvidos, o levantamento foi feito para visualizar os caminhos que as juventudes vêm construindo dentro da política institucional brasileira. Para chegar ao diagnóstico, o projeto realizou um processo de pesquisa qualitativa baseado em entrevistas em profundidade com jovens eleitos/as e candidatos/as em 2018 e 2020. 

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Em conversa com a Alma Preta Jornalismo, a educadora social, mobilizadora e também pesquisadora do projeto, Jéssica Vanessa, diz que o objeitvo do estudo foi descobrir o presente e futuro da política a partir da visão de jovens que acessar espaços de poder. 

“É um levantamento para reconhecer a potência política quando jovens ocupam os espaços de poder, as suas práticas e os desafios presentes nesta jornada. Além disso, analisar a sub-representação de jovens na política eleitoral e institucional para que a democracia seja fortalecida e atualizada, precisamos de vozes diversas e plurais”, explica. 

Entre as pautas levantadas, o estudo apresenta o dado que vereanças com menos de 30 anos representam apenas 7,2% das candidaturas eleitas em 2020, taxa que vem caindo a cada pleito: eram 7,9% em 2016 e 8,7% em 2012. Da mesma forma, a participação nas urnas de jovens entre 16 e 17 anos teve nas últimas eleições um dos índices mais baixos desde 1990. 

O levantamento também revela que, ainda que a falta de referências e representatividade na política institucional seja um dado incontestável, essa geração tem se mostrado cada vez mais consciente e ativa por meio das mídias sociais. A mesma faixa etária estudada se utiliza ao máximo das linguagens e plataformas digitais para interagir com a população, apontou a pesquisa.

O projeto ainda destaca a conexão significativa entre jovens inovadores e movimentos sociais –  como comunidades escolares, movimentos sociais pela educação, cotas e iniciativas de educação política são portas de entrada que despertam a participação política – e o fato de que, atualmente , os jovens inovadores que entram na política têm uma enorme consciência de sua responsabilidade frente à sociedade, agindo com respeito às diferenças e voltados à construção de um futuro em comum. Dessa forma, rompem a lógica paternalista tradicional. 

Comportamento que indica uma mudança estrutural em um processo conservador, hierarquizado e de difícil credibilidade à faixa etária, de acordo com o estudo, passa se relacionar com uma política em rede, com protagonismo dado à colaboração, à emancipação, ao afeto, à criatividade e à empatia. 

Dificuldades da relação política e juventude

Entre os desafios acompanhados no ‘Jovens no Poder’ a falta de apoio dos partidos, falta de credibilidade por parte das instituições e da sociedade, violência política, ameaças à saúde mental (a partir da superexposição dentro de uma sociedade hiperpolarizada) e isolamento (pelo fato de serem minoria) estão entre os principais obstáculos. 

Para os estudiosos, esses empecilhos podem interferir ainda mais na vida de pessoas negras que estão direta ou indiretamente envolvidas nas construções de políticas públicas com recorte de raça e demais interseccionalidades.

Em estatística apresentada, atualmente, o Brasil possui quase 25% da população jovem, ou seja, são mais ou menos 48 milhões de pessoas de 15 a 29 anos. Entretanto, a cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil. Por isso, a pesquisa reafirma a necessidade de um novo olhar sobre os jovens que estão se conscientizando politicamente para manter um projeto que garanta um direito básico à população mais vulnerável, que é o dar melhores condições de vida. 

Diante deste cenário, a pesquisadora Jéssica Vanessa ainda destaca que as juventudes negras possuem um projeto político para mudar o mundo, não só em busca do básico. “Isso vem dos nossos mais velhos, quando aprendemos dentro dos movimento negro sobre o quanto precisamos estar dentro do sistema para propormos as nossas urgências. De fato, nós não podemos esperar mais e não iremos”, finaliza. 

Mais informações sobre a pesquisa ‘Jovens no Poder – Redesenhando a política do agora’ estão disponíveis através do link. Confira! 

Leia também: A construção da resistência começa com as crianças e jovens negros

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