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Vereador do PSOL faz ataque lesbofóbico na Câmara de Niterói

Paulo Eduardo Gomes chegou a questionar se a vereadora do PT Verônica Lima “queria ser homem” e que iria tratá-la “igual a homem”; a parlamentar é a primeira mulher negra e LGBTQIA+ eleita no município

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nadine Nascimento |  Imagem: Câmara de Niterói

vereador Paulo Eduardo Gomes, do PSOL, fez ataques lesbofóbicos

vereador Paulo Eduardo Gomes, do PSOL, fez ataques lesbofóbicos

8 de julho de 2021

O vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), de Niterói, teve que ser contido por colegas na tarde de quarta-feira (7) após agredir verbalmente a vereadora Verônica Lima (PT), na reunião de líderes da Câmara.

Segundo a equipe da vereadora petista, Paulo Eduardo Gomes apontou o dedo no rosto da parlamentar e ordenou que ela calasse a boca. Gomes chegou a questionar “quer ser homem?” e afirmou que iria tratá-la “igual a homem”. Em seguida, o vereador do PSOL avançou na direção de Lima.

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“Ele tenta me intimidar e constantemente me desrespeita enquanto estou no meu exercício de vereadora. Fui eleita para representar o povo, e me sentir segura na Câmara é um direito meu. Esse ódio direcionado contra mim, por parte do vereador Paulo Eduardo, precisa ser freado. Ele tem que ser responsabilizado por seus atos gravíssimos”, afirma.

A vereadora é a primeira mulher negra e LGBTQIA+ eleita para a Câmara de Niterói. Paulo Eduardo Gomes é engenheiro de telecomunicações e vereador da cidade desde 2012. Por duas vezes, disputou a prefeitura.

“Quando Paulo Eduardo questionou se ‘eu queria ser homem’ e disse que ia ‘me tratar como homem’, quis me constranger pela minha orientação sexual. Não quero ser homem! Sou uma parlamentar com diversas produções legislativas que dispõem sobre a violência contra as mulheres e o combate às opressões”, publicou a vereadora em suas redes sociais.  

De acordo com a equipe de Lima, não foi a primeira vez que sofreu ameaças de Gomes. No mês passado, ele já havia desrespeitado a vereadora durante reunião da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária. Após o episódio, o parlamentar ainda enviou mensagens por meio de um aplicativo para coagir a vereadorar. Gomes ameaçou “despejar sua ira” contra ela.

A parlamentar fez um boletim de ocorrência e deve apresentar uma reclamação no Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores. Além disso, um ato público foi marcado para hoje, às 16h, em frente a Câmara para apoiar a vereadora petista.

Gomes, que é da Comissão do Bem-Estar da Câmara, afirmou em nota que se arrepende das suas falas e atitudes, e que não fez menção de agredir a parlamentar fisicamente. O PSOL de Niterói publicou um comunicado se solidarizando com a vereadora petista.

“O Partido Socialismo e Liberdade de Niterói, a partir de seu Diretório Municipal, vem a público se solidarizar com a Vereadora Verônica Lima, mulher negra, que foi agredida verbalmente de forma machista e lesbofóbica, pelo Vereador Paulo Eduardo Gomes, de nosso partido, em reunião do colégio de líderes da Câmara de Vereadores de Niterói. Não podemos concordar com atitudes como esta em nenhuma hipótese”, diz a nota.

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